A colonização, a ocupação do interior do Brasil - 1661-1789
Os viajantes que estiveram no Brasil no século XVII, contaram que eram raras as notícias que interessavam aos habitantes das cidades e vilas, mesmo no litoral. Mas, no início de 1641, os navios chegados da Europa trouxeram uma novidade importante.
Em dezembro de 1640, o duque de Bragança fora aclamado rei de Portugal, com o nome de Dom João IV. Portugal se separava da Espanha. Acabava-se a União Ibérica. Era a Restauração ( recuperação ) da independência de Portugal perdida em 1580.
Mas, Portugal, tão enfraquecido, política e economicamente, por causa da União Ibérica, conseguiria manter a sua independência restaurada em 1640?
Para vencer os Habsburgos espanhóis, aliou-se aos seus inimigos: ao rei da França Luís XIII, em 1641, à rainha Cristina da Suécia, no mesmo ano e ao rei Carlos I, da Inglaterra, em 1642.
O mundo das drogas:
Quando os holandeses conquistaram as colônias portuguêsas no Oriente, Portugal perdeu o seu lucrativo comércio de especiarias. A solução seria consegui-las na floresta amazônica, onde já existem em estado nativo e não como no Oriente, onde eram cultivadas. Somente os indígenas podiam encontrar as " drogas do sertão ", nome utilizado para designar a canela, o cravo, o cacau, a pimenta e muitos outros produtos. Eram os índios que conheciam os perigos da floresta e guiavam as expedições. Eram êles que pescavam, caçavam, lavravam a terra e faziam as farinhas.
Sob orientação dos sacerdotes, sobretudo dos jesuítas, foi feita a ocupação da região, surgindo ás margens dos rios as missões religiosas, origem de várias cidades atuais. Nelas o índio passava a viver, sendo convertido ao catolicismo e adquirindo hábitos europeus. Durante seis meses êle não deixava a missão para ir colher especiarias e ervas medicinais, para caçar ou pescar, regressando na estação das chuvas. Tinham início, então as festas religiosas, procissões, cantos e danças em homenagem a Tupã, a Virgem e aos Santos. Ao mesmo tempo, através de sinas-da-cruz e orações, afastava-se a influência maligna de Jurupari, deus indígena que os jesuítas comparavam ao diabo.
O colono escravizava o indígena. O jesuíta, ao contrário, adaptava-se ao seu nomadismo, atraindo-o para as missões. Nela o índio acostumava-se à vida de aldeia e ao plantio das roças, um tipo de vida mais sedentário.
Até quando os jesuítas permaneceram na região amazônica?
Entre 1750 e 1777, Portugal foi governado por Dom José I, que tinha como principal ministro Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal. Querendo fortalecer o reino português, o Marquês de Pombal iniciou uma série de reformas. Os jesuítas estavam entre aquêles que não concordavam com estas reformas, e por isso foram expulsos de Portugal e das colônias em 1759.
Esta medida do Marquês de Pombal teve várias repercussões no Brasil. O ensino desorganizou-se porque os padres jesuítas eram os que mais se dedicavam à instrução, realizando as chamadas " aulas de ler, escrever e contar ". Foram, então, contratados professores leigos ( não religiosos ), que seriam pagos pelo govêrno português, o qual obteria os recursos necessários através de um imposto, pagos pelos colonos e denominado " subsídio literário "
A exploração das drogas do sertão declinou, porque as mais importantes missões eram dirigidas pelos padres jesuítas. Para substituí-las, foi criado o Diretório dos Índios, sob a direção de funcionários do govêrno. Foi nessa época que os nomes indígenas das missões foram substituídos por nomes portuguêses. Tápajós passou a se chamar Santarém e Mariuá teve o seu nome mudado para Barcelos. Mais tarde, o rei proibia o uso da língua indígena, tornando obrigatória a língua portuguêsa.
Coube ao Marquês de Pombal também o incentivo à agricultura do algodão, do cacau, do café e outras espécies vegetais, assim como a criação de gado, sobretudo na ilha de Marajó. Nessas atividades, o elemento principal não foi nem o português nem o índio, mas o mestiço, resultado da mistura étnica dos dois primeiros. Entende-se por etnia o conjunto de características físicas e culturais de um determinado grupo humano.
A expansão pastoril no sertão do nordeste
A criação do gado parece ter surgido em São Vicente, em 1553, com a vinda de algumas cabeças da ilha da Madeira.
O gado parece ter sido introduzido para movimentar engenhos de açúcar.. Mas o papel da disseminação do gado não foi desempenhado pelos engenhos, unidades macro-econômicas que bastavam a si mesma, e sim pelas fazendas, currais e vaqueiros.
A criação do gado desenvolveu-se principalmente entre as cidades reais de Salvador e São Cristóvão. Isto aconteceu porque a pecuária tinha como finalidade mais importante o abastecimento dos engenhos de açúcar, localizados principalmente no litoral nordestino e na Capitania Real de Bahia de Todos os Santos.
Quando a agro-indústria do açúcar expandiu-se pelo litoral foram necessárias mais cabeças de gado. E a pecuária também se expandiu. Como a cana-de-açúcar dava maiores lucros, os proprietários de engenho cada vez mais se interessavam em utilizar as terras do litoral para a plantação de canaviais e não para a criação de gado.
Os proprietários conseguiram até que os reis de Portugal fizessem várias leis proibindo a atividade pastoril junto as plantações de cana-de-açúcar, no litoral. Assim sendo, os currais ( lugar onde se junta e recolhe o gado. 0 foram obrigados a penetrar pelo sertão, onde o tipo de solo e o clima não eram favoráveis ao cultivo da cana-de-açúcar.
Na agro-indústria do açúcar o colono primeiro conquistava o território para depois iniciar a exploração econômica. Já a criação de gado não é o colono quem abre o caminho conquistando o território, mas o animal. O gado ia na frente e o vaqueiro atrás. O gado ia entrando pelo sertão de clima semi-árido, em busca das áreas onde os pastos fossem de melhor qualidade, seguindo o curso dos rios e procurando barreiros de sal ( pontos onda a evaporação trouxe para a superfície os sais minerais ). E o vaqueiro ia seguindo o gado erguendo os currais e ocupando as terras.O mediterrãneo pastorial estava formado.
E houve até um rio que foi conhecido no período colonial como o " rio dos currais " o rio São Francisco. Seguindo o seu curso os currais penetravam pelo sertão. O mesmo aconteceu com os rios Paranaíba e seus afluentes.
Avançar pelo sertão, o gado abria caminhos; os chamados " caminhos do gado " . Dois dêles se tornaram muito conhecidos no período colonial. O que saia de Salvador e atingia Fortaleza pelo,litoral, através dos " sertões de fora ". E o que saindo de Salvador, alcançava o rio São Francisco, o rio Canindé, o rio Parnaíba e o rio Itapicuru até chegar á cidade de São Luís, através dos " sertões de dentro "
Por onde ontem o gado passava, hoje passam os modernos meios de transporte.
Junto a êsses caminhos, em determinadas épocas do ano, reuniam-se os criadores e os comerciantes de gado, nas chamadas " feira de gado ". Elas deram origem a várias vilas no sertão do Nordeste, cujo nome ainda hoje lembra a atividade pastoril, como Feira de Santana, Pastos Bons e muitas outras. A atual cidade de Oeiras, antiga capital do Piauí, chamava-se Vila da Môcha, isto é, vila da vaca sem chifre!
Os rebanhos do sertão nordestino, que já abasteciam a região acucareira, passaram a abastecer as regiões mineradoras. Subindo o cursos dos rios São Francisco, Araguía, Tocantins e outros de menor extensão, o gado ali chegou unindo-as ao sertão nordestino.
No final do século XVIII, as diversas regiões brasileiras estavam ligadas entre si pelos " caminhos de gado , com exceção da reigão amazônica. A criação de gado foi a responsável por isso, porque era uma atividade que tinha como objetivo prioncipal abastecer o próprio país, isto é, o mercado interno, ao contrário das demais atividade.
O gado era criado no sertão do Nordeste em locais denominado fazendas ou currais. Os seus proprietários geralmente nêles naõ residiam deixando-os sob a direção de pessoas de sua confiança: o vaqueiro. Este era era auxiliado por dez ou doze homens quase sempre livres, denominados " fábricas ". A maior parte dêles eram índios ou mestiços que facilmente se adaptaram ao trabalho que não lhes exigia a fixação ao solo.
O gado era criado no sertão do Nordeste em locais denominado fazendas ou currais. Os seus proprietários geralmente nêles naõ residiam deixando-os sob a direção de pessoas de sua confiança: o vaqueiro. Este era era auxiliado por dez ou doze homens quase sempre livres, denominados " fábricas ". A maior parte dêles eram índios ou mestiços que facilmente se adaptaram ao trabalho que não lhes exigia a fixação ao solo.
Vaqueiro e fábricas, cuidavam dos rebanho e mantinham uma pequena agricultura para a sua alimentação ( agricultura de subsistência ). O primeiro era pago com uma parte das crias, após quatro ou cinco anos de serviço, o que lhe permitia formar o seu próprio rebanho. Os fábricas recebiam ás vezes um pequeno salário anual.
Os currais localizavam-se habitualmente ao longe dos rios, tendo uma extensão média de três léguas ( antiga medida valendo seis quilômetros ). Os sertões da Bahia, entretanto eram dominadas por duas grandes famílias: a da Casa da Tôrre, de Garcia d!Ávila com duzentas e sessenta léguas pelo rio São Francisco acima, e a de Antônio Guedes de Brito, com cento e sessenta léguas. Para adquirir essas terras imensas não gastaram mais do que papel e tinta ao requererem sesmarias.
POUCO OURO E MUITO COURO
No primeiro momento da economia pastoril, do boi só se aproveitava, para fins de exportação, o couro. E dele se fazia tudo, como nos explica Capistranio de Abreu: " de couro era a porta das cabanas, o rude leito aplicado ao chão duro, e mais tarde, a cama para os partos de couro todas as cordas, a borracha para carregar água, o mocó ou alforge para levar comida, a maca para guardar roupa, a mochila para milhar cavalo, a peia para pendê-lo em viagem, as bainhas da faca, as broacas e surrões, a roupa no mato, o banguês para cortume ou para apurar sal; para os açúdes, o material de atêrro era levado em couros puxados por juntas de bois que calcavam a terra com seu pêso; em couro pisava-se tabaco para o nariz"
Capítulos de história colonial.
O sertanejo adorava o boi, como um egípcio antigo, ao boi Ápis. O Piauí aparece com:
"O meu boi morreu,
Que será de mim?
Manda buscar outro,
Lá no Piauí"
Nas baixadas do litoral sul, os vicentinos não encontraram o massapê que facilitasse a agro-indústria do açúcar. Mas, em compensação, puderam catar algum ouro, no leito dos rios ( ouro de lavagem ) .Como ele não fosse em grande quantidade, tornava-se necessário ir sempre adiante, em busca de outras baixadas. Assim, foram ocupadas São Francisco do Sul em 1658, Desterro, atual Florianópolis, na ilha de Santa Catarina, em 1673-1678, e Laguna em 1688, todas no atual Estado de Santa Catarina.
Logo os habitantes dessas vilas litorãneas perceberam que era mais rendoso dedicar-se a criação de gado nos campos do plananlto meridional.Em 1720, o sertanista Bartolomeu Pais escrevia ao rio:
"Acho-me com talentos ( capacidade ) e cabedais ( capitais ) para, com força de um avultado ( numerosos ) corpo de armas ( grupo de homens armados ), fazer entrada ao Rio Grande, sem menor despesa da fazenda real talar ( devastar ) aquele vasto sertão e abrir caminho pelo centro dele, demandando ( procurado ) o rumo de São Paulo".
O "vasto sertão" a que se referia Bartolomeu Pais era uma região de relevo suave e clima ameno, onde se alternavam a vegetação de mata e a de campo. As regiões de campo eram muito favoráveis á criação de gado. Elas apareciam desde a Capitania de Saõ Vicente até o Rio Grande de Saõ Pedro, atual Estado do Rio Grande do Sul. Esses campos recebiam diferentes nomes: campos de Parapanema, campos de Curitiba, campos de Guarapuava, campos de Lages, campos de Palmas, campos do Viamão e campos de Vacaria. Neles pastavam livremente incontáveis rebanhos de gado do qual o índio das missões foi o primeiro vaqueiro. depois dele veio o bandeirante que não vivia da agricultura ou da mineração. Ele já preara o índio; agora ia prear o gado do índio.
Mas não seriam necessários a Bartolomeu Paes muitos " cabedais " para organizar uma estância, nome dado no sul às fazendas de gado. Nem seria necessário " avultado ' número de " peões", que fossem índios, mestiços ou escravos negros, para pastorear o gado sob as ordens do capataz. Mas o estancieiro, o capataz e os peões deveriam ter muitos " talentos" e estar sempre armados. Havia o perigo constantr de ataques dos espanhóis, dos índios, dos contrabandistas e dos ladrões. O vaqueiro, a qualquer momento, se transformava num guerreiro a cavalo. Assim nascia o gaucho.Na época em que Bartolomeu Paes escreveu ao rei, os paulistas, vindos de Laguna, começavam a povoar os pampas ( campos do Rio Grande do Sul ), descendo pelo litoral muitos deles nos campos de Viamão. Mas dez anos depois de sua carta, fora aberto outro caminho " pelo centro '. Era um " caminho de gado ", que ligava as margens do Rio da Prata e da Lagoa dos Patos à feira de Sorocaba, na capitania de São Vicente.
Nesta feira os estancieiros vendiam muares aos tropeiros ( condutor de tropas; de animais de carga ) que iam subir a serra da Mantiqueira em busca das Minas Gerais. Vendiam também, os couros que, por vezes, eram exportados. E mais o sebo, os chifres e as crinas. Mais tarde, no séculpo XVIII, venderiam charque ( carne seca, de sal ou de sol ). Quem lhes ensinou a charquear a carne foi José Pinto Matinis, tropeiro cearence que foi parar no arroio Pelotas, nos campos do Rio Grande.
A conquista do sul do Brasil nos éculos XVII e XVIII, seguiu dois caminhos, ambos dominados pelos paulistas. Olitoral, através da ocupação das baixadas desde São Vicente até Laguna e o do interior através do " caminho de gado ' que atravessa os campos, desde Sorocaba até o Rio Grande do Sul.
As bandeiras podem ser divididas em despovoadoras e povoadoras. Chamamos de bandeiras despovoadoras aquelas que desbravaram várias regiões, ultrapassando o limite imaginário da linha de Tordesilhas, mas não deram origem a núcleos permanentes de povoamento. As bandeiras despovoadoras estão ligadas á caça ao índio.
As bandeiras ligadas ao ouro de lavagem, ao sertanismo de contrato e à mineração deram início ao povoamento de vastas áreas do território brasileiro, e por isso são chamadas de bandeiras povoadoras.
No século XX a carne verde brasileira deu origem a uma nova indústria: a dos enlatados. Começou a era dos frigoríficos, da Anglo e da Swift, que se tornaram virtuais donas da economia riograndense. Na segunda guerra mundial ( 1939-45 ) os enlatados nacionais alimentavam os soldados estrangeiros enquanto imensas filas se espraivam às portas dos açougues. Enfim a privação valeu desde que serviu para matar a besta nazista.O couro de exportação foi também uma grande fonte de exportação nos século XIX e XX.
Outras indústria rudmentares iriam aparecer em função dessa economia do gado: a do queijo coalhado e de mochila; a do azeite de carrapateira; a dos óleos vegetais; a dos frutos silvestres. Da zona do açúcar foi trazida a mandioca e a farinha se tornou o alimento principal. Vieram também, as aguardentes e a rapadura, para complemento da alimentação desse asceta de jaqueta de couro, a quem o indígena ensinou mil utilidades do milho, do fumo e da sua farmacopéa.
O boi trouxe o cavalo, e este o muar. O nordeste produziu um tipo de asinino, o jegue que nada deve em resitência a jejuns ao camelo. Mostrou-se capaz de resistir à mais inclemente sêca, alimentando-se de cactáceas, á falta de capim. Outro elemento de fixação do homem foi ainda o bode que encontrou seu " habitat" no Moxotó.
Esse tipo de sociedade primitiva e patriarcal, " a civilização do couro " se baseava principalmente, no trabalho livre. Na economia pastoril não havia lugar para o escravo. As maiores fazendas de gado nordestinas não tinham mais do que 10 ou 12, ao passo ue os engenhos requeriam de 100 a 150. ´e raro, encontrarem-se negros no sertão. O branco é predominante em forma absoluta. Quando criança alguns sertanejos são louros e de olhos claros; na puberdade se transmudam em morenos com olhos acobreados
As bandeiras deram início ao grande movimento de expansão para o Oeste. Do atual Estado de São Paulo partiram indivíduos para quase todos os pontos do atual terriorio brasileiro.As bandeiras podem ser divididas em despovoadoras e povoadoras. Chamamos de bandeiras despovoadoras aquelas que desbravaram várias regiões, ultrapassando o limite imaginário da linha de Tordesilhas, mas não deram origem a núcleos permanentes de povoamento. As bandeiras despovoadoras estão ligadas á caça ao índio.
As bandeiras ligadas ao ouro de lavagem, ao sertanismo de contrato e à mineração deram início ao povoamento de vastas áreas do território brasileiro, e por isso são chamadas de bandeiras povoadoras.
No século XX a carne verde brasileira deu origem a uma nova indústria: a dos enlatados. Começou a era dos frigoríficos, da Anglo e da Swift, que se tornaram virtuais donas da economia riograndense. Na segunda guerra mundial ( 1939-45 ) os enlatados nacionais alimentavam os soldados estrangeiros enquanto imensas filas se espraivam às portas dos açougues. Enfim a privação valeu desde que serviu para matar a besta nazista.O couro de exportação foi também uma grande fonte de exportação nos século XIX e XX.
Quem diria que daqueles casais de bois, cavalos e muares desembarcados em São Vicente viesse a florescer uma pecuária de tão grande importância, no decursos de alguns séculos.
Capistrano de Abreu ( 1853-1927 ) historiador brasileiro, no seu livro Capitulos de História Colonial,mpg 217, assim descreveu a
CIVILIZAÇÃO DO COURO
" Os primeiro ocupadores do sertão passaram a vida bem apertada: não eram donos das sesmarias, mas escravos ou prepostos ( representantes ).
Carne e leite havia em abundância, mas isto apenas. a farinha, único alimento em que o povo tem confiança, faltou-lhes a princípio por julgarem imprópria a terra à plantação da mandioca, não por defeito do solo, pela falta de chuva durante a maior parte do ano. O milho , a não ser ver, afugentava pelo penoso de preparo naqueles distritos ( localidades), estranhos ao uso do monjolo ( pilão ).
As frutas mais silvestres, as qualidades de mel menos saborosas eram devoradas com avidez. Pode-se apanhar muitos fatos da diva daqueles sertanejos dizendo que atravessaram a época do couro. De couro era a porta das cabanas, o rude leito aplicado ao chão duro, e mais tarde a cama para os partos; de couro todas as cordas, a borracha para carregar água, o mocó ( bolsa de tiracolo ) ou alforje ( saco ) para levar comida a maca ( saco ) para guardar a roupa, a mochila para milhar ( dar milho ) cavalo, a peia ( correia ) para prendê-lo em viagem, as bainhas de faca, as bruacas e surrões ( bolsas) , a roupa de entrar no mato, os banguês ( macas ) para curtume ou para apurar o sal; para os açudes que calcavam a terra com seu peso; em couro pisava-se tabaco para o nariz."
Estancieiros vendiam muares aos tropeiros ( condutor de tropas; de animais de carga ) que iam subir a serra da Mantiqueira em busca das Minas Gerais. Vendiam, também, os couros que, por vezes, eram exportados. E mais o sebo, os chifres e as crinas. Mais tarde, no século XVIII, venderiam charque ( carne sêca de sal ,ou de sol ). quem lhes ensinou a charquear a carne foi José Pinto Martins, tropeiro cearense que foi parar no arroio Pelotas, nos campos do Rio Grande....











eu queria saber como eram as roupas dos tropeiros na época ,tecido usado, chapéu usado etc.
ResponderExcluirAcredito que este tenha sido o mais completo texto que encontrei sobre o gado no Brasil no período colonial (e olha que li muitos). Me ajudou bastante :3
ResponderExcluir