quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

CANGAÇO: REFLEXOS DE NÓS MESMO

NO MUNDO DOS CORONÉIS: O REFLEXO DE NÓS MESMO
O
CANGAÇO

Na República Velha, o Brasil era um país rural na qual a agricultura permanecia como atividade economicamente predominante.
A maior parte da população vivia nos campos, homens mulheres e crianças viviam com uma enxada, num mundo de miséria e sofrimento.
Uma população carente de terra, saúde educação, que não podia consumir o que produzia, nem gozavam de nenhum beneficio social. para designar chefes políticos dos municípios. 
Articulações políticas nos levam a atuação dos coronéis. CORONEL era um título normalmente concedido aos grandes fazendeiros pela Guarda Nacional, instituição criada no período Imperial.
Na República a patente serviu para designar os chefes políticos dos municípios. Seu estilo expresso na troca de favores, recebeu a designação de coronelismo.
Normalmente os coronéis distribuíam favores como: proteção aos aliados e compadres; construção de escolas e hospitais e obtenção de obras públicas para os locais. Isso contribuiu para a formação de " currais eleitorais" onde prevalecia o " vote de cabresto"; todos os que deviam favores aos coronéis acabavam votando em seus candidatos.
Do final do século XIX até a década de 1930, o sertão nordestino foi cenário de um movimento conhecido como cangaço ( caracterizado como banditismo social) 





UMA GUERRA NO SERTÃO

A formação da comunidade religiosa  de Canudos e a organização de bandos armados conhecidos como cangaceiros têm uma face comum: as dificuldades da vida sertaneja no início da Primeira República, geradas pela concentração da propriedade rural, pelas secas e pelo mandonismo dos coronéis.

CANGAÇO: início do século XIX se referia a homens que andavam armados com cartucheiras, facas longas e clavinotes ( um tipo de arma de fogo antiga) cruzando os ombros.
Mais tarde o cangaço passou a designar a ação de bandos armados que percorriam o sertão nordestino atacando povoados e fazendas roubando matando e fugindo da polícia.
Numa primeira fase do cangaço os grupos armados eram sustentados por chefes políticos locais que lhes davam casa, comida e muitas vezes um pequeno pedaço de terra em troca de proteção armada nas disputas políticas com os adversários
Num segundo momento formaram-se bandos  armados independentes do controle dos coronéis só ocorreu nas áreas secas do nordeste, e se estendeu do final do século XIX ate aproximadamente 1940.
1-CHAPÉU: Lampião criou o modelo de chapéu de cangaceiro inspirado no chapéu do imperador francês Napoleão Bonaparte. Geralmente feito em couro.
2-BORNAL:: servia para guardar alimentos, roupas, objetos de higiene pessoal, jóias e dinheiro.


3-ROUPAS: Os homens cobriam todo o corpo com calças e jaquetas, enquanto as mulheres utilizavam saias ou vestidos na altura dos joelhos.

4-ALPARGATAS: Eram feitas de couro curtido e enfeitadas com desenhos bordados.

5-BACAMARTE: Arma de fogo de cano curto e longo

6-LENÇOS: Eram estampados e coloridos, feitos de tecidos nobres como a seda

7-JÓIAS: Os cangaceiros utilizavam muitos brincos, colares e anéis.

8-ARMAS E MUNIÇÕES: As armas eram cravejadas de moedas de ouro. Cada cangaceiro carregava de 9 a 18 kg de munição

9-CLAVINOTE: Carabina pequena, um tipo de armada de fogo antiga 


PELOS CAMINHOS DE LAMPIÃO: O REI DO CANGAÇO TINHA UMA MARIA BONITA

MARIA BONITA


Nascida e criada na Malha da Caiçara, no sertão baiano, casou-se aos 16 anos com o sapateiro Zé de Nenê, segundo as más línguas o varão era pacato demais para a inquietação da mulher Maria Bonita, além do mais o marido era estéril e a diferença de temperamento.
Até que no fim de 1929, cruzou a soleira dos pais dela, Zé Felipe e Dona Déa, o temível Rei do Cangaço nos sertão, Virgolino Ferreira da Silva, o lampião, aos 32 anos. 
Fez corte à morena e começou por lhe encomendar que boradasse suas iniciais CL ( Capitão Lampião) em 15 lenços de seda, o que lhe permitiu a abordagem , que terminou com a retirada da morena separada do marido

Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, nascido por volta de 1898 no estado de Pernambuco, Virgulino cresceu rodeado por disputas sangrentas entre famílias ricas.
O pai de Virgulino foi morto por selar uma aliança com uma das famílias dominantes do sertão pernambucano.
Quando Virgulino tinha 17 anos, sua família foi expulsa das terras que ocupava no agreste pernambucano
Dispostos a vingar a morte do pai, Virgulino e seus irmãos ingressaram no bando de Sinhô Pereira, conhecido em Pernambuco pelas atrocidades cometidas contra os inimigos.
Seis anos depois em 1922, Lampião assumiu a chefia do bando.Seus homens atacavam cidades, cortavam fios da rede de telégrafo para impedir a comunicação com a polícia e saqueavam o comércio. Fazendeiros, vaqueiros e pequenos agricultores eram torturados e degolados por não se submeterem às suas ordens ou por traírem a sua confiança.
Virgulino era amado, temido e odiado, transformando-se em lenda no sertão. Figura polêmica, personagem de empolgantes aventuras, cantadas em versos e prosas da literatura de cordel
A fama do bando despertou nos sertanejos um misto de simpatia, medo e desejo de vingança. Crianças e jovens buscavam o grupo atraídos pelas histórias de lutas que ouviam e pelo sonho de uma vida sem miséria repleta de aventuras.
Por outro lado, a ação violenta dos cangaceiros alimentou o desejo de vingança. Parentes das vítimas de estupro e assassinato, maridos cujas esposas abandonaram o lar para seguir os cangaceiros, agricultores e comerciantes revoltados com os saques, ingressaram na polícia para combater o bando de Lampião.
A luta contra o gripo de Lampião motivou a multiplicação das volatantes, pequenos grupos de soldados, comandados por um sargento ou tenente que percorriam o sertão combatendo os cangaceiros.

MORTE DE LAMPIÃO

Por volta de 1928, Lampião conheceu Maria Bonita, a mulher que seria sua companheira até o final da vida. Mal conheceu o cangaceiro, Maria Bonita aderiu o grupo, deixando para trás casa e marido. Depois dela, outras mulheres ingressaram no bando para acompanhar seus maridos pelo sertão.
Nos anos 1930, o governo fechou o cerco contra o bando de Lampião. Perseguido pelos volantes, Lampião instalou-se em ANGICO, no estado de Sergipe, de onde coordenava a ação do grupo.
Em 1938, a policia cercou o esconderijo do bando. Lampião, Maria Bonita e mais 9 cangaceiros foram mortos e decapitados pela polícia.
O cangaço sobreviveu por mais dois anos, centrado na figura de Courisco, um dos líderes do bando de Lampião. Courisco havia rompido com Lampião em 1937, devido a divergências na forma de conduzir o grupo.
O massacre em ANGICO despertou em Corisco a amizade que o unia ao antigo companheiro. Enfurecido, iniciou uma perseguição implacável contra os delatores de Lampião. Mas o grupo já não tinha a coesão dos antigos tempos.
Courisco foi morto pela polícia em 1940, encerrando-se a era dos cangaceiros.Mas a miséria, a concentração de renda e de terras e o mandonismo dos coronéis, continuaram no sertão.

Última parada: GROTA DO ANGICO- local onde Lampião e Maria Bonita...........

Afinal quem foi Lampião,?
Um homem com um bando tirando dos ricos para dar aos pobres?,
O que se sabe ou o que se encontra de registro são apenas batalhas, ataques a cidades , sequestros, assaltos a ricos, combates com soldados, aventuras com mulheres, episódios de fome e de sede.
O que se encontra são registro dos horrores de como Lampião assassinou um prisioneiro,
como ele massacrava trabalhadores,
como torturou uma velha que o amaldiçoara ( sem saber de quem se tratava) fazendo-a dançar com um pé de mandacaru até morrer,
como matou simplesmente um de seus homens que o ofendera,
obrigando a comer um litro de sal.
Causar terror e ser impiedoso, assim que é conhecido , muito mais do que ser amigos dos pobres
SERÁ QUE FOI UM ROBIN HOODS QUE TIRAVA DOS RICOS PARA DAR AOS POBRES OU UM CARA IMPIEDOSO QUE CAUSAVA TERROR POR ONDE PASSAVA?