quarta-feira, 19 de novembro de 2014

PEDERASTRIA NA GRECIA ANTIGA


Cena de pederastia: o erastas(amante) toca o queixo e a genitália do eromenos (amado). Pintura sobre ânfora ática, c. 540 a.C)


O contato sexual entre indivíduos do mesmo gênero era algo corrente na Grécia. Em Atenas a prática sexual entre homens tinha como objetivo a educação do jovem e a preparação para a vida adulta e a contemplação do amor que só entre homens poderia ser conhecida, já que as mulheres eram desprovidas do intelecto e da sabedoria


Amor de Alexandre e Heféstião


As relações pederásticas ocorriam somente entre os cidadãos e futuros cidadãos de Atenas, os eupátridas; mulheres, metecos e escravos não participavam de tal processo e que cidadãos” no período clássico eram considerados apenas os homens nascidos em Atenas e filhos de pais provenientes de famílias atenienses.






Em Atenas, nos séculos V e IV a.C., o contato sexual entre homens possuía uma particularidade: apesar de ocorrer com freqüência, em hipótese alguma os envolvidos poderiam denotar alguma feminilidade, recusar sua masculinidade, travestir-se ou comportar-se como uma mulher
A partir do momento em que homem, cidadão por direito e exercício, travestia-se e se comportava como uma mulher, passava do grupo mais elevado da sociedade para um outro menos prestigiado. O homem “efeminado”, como era chamado pelos próprios atenienses, era ridicularizado em público e em outras diversas manifestações artísticas e culturais e, caso viesse a ser comprovado algum tipo de prostituição, este era levado a julgamento, podendo perder até mesmo o direito de cidadão e de participação na vida pública. dão a um escravo ou a um meteco. 
Durante o período clássico:  a boa imagem da pederastia em Atenas entrou em declínio, pois seus praticantes haviam perdido a preocupação com a moral e a ética necessárias ao bom desenvolvimento desta relação e se rendido aos prazeres do corpo. A função pedagógica da pederastia ofuscou-se diante do contato meramente sexual, inquietando aqueles que acreditavam no papel de formação desempenhado pelas relações entre erastes Erômenos. Platão, filósofo e defensor da moral pederástica

Erastas = amante, homem aristocrata em relacionamento com adolescentes.

Erômenos = adolescentes



A pederastia era conhecida também fora da tradição grega. Em várias outras sociedades, o principal objetivo de amor homossexual masculino era o adolescente. Tais relações eram conhecidas na Coreia, Japão, China, onde o contato entre homens e mulheres era severamente limitado.
A democracia surgida na Grécia não era tão democrática como imaginávamos, também teorias filosóficas  chegaram até nós, tendo como principais representantes, Sócrates, Platão e Aristóteles.




A família grega, com os seus valores culturais, suas questões socioeconômicas  e jurídicas legitimam a família como instituição social , onde o indivíduo, considerado um cidadão, deveria ter a obrigação moral e social de se unir a uma mulher também cidadã com a intenção de dar continuidade à linhagem paterna, mesmo sendo contra sua vontade ou contra a sua opção sexual.
Dentro desta sociedade grega  temos também a figura das prostitutas ( mais antiga das profissões ) serviam como distrações nas diversas festas reservadas para os homens. para ganhar o pão de cada dia.

Na Grécia Antiga a mulher era excluída dos meios masculinos, e, conseqüentemente, da sociedade, devido a diversos preconceitos e mitos gerados sobre a sua existência,. Estas ficavam resignadas aos gineceus e não tinham autonomia nem para escolherem seus maridos no caso das mulheres de Atenas. Sua função na sociedade era apenas a procriação.
O casamento na Grécia era um mal necessário que permitia a perpetuação da espécie e da linhagem paterna, bem como o prolongamento dos rituais e festejos familiares. 
Ao homem cabia ser o chefe da família, provendo o sustento da esposa, filhos e escravos ao passo que para a mulher ficava a concepção, além de algumas atividades domésticas, dentre elas a arte do tear, bem como obediência e respeito a marido, como veremos mais adiante.
Desse modo fica claro que na sociedade ateniense, um cidadão casava-se não por amor, mais sim por convenção social,  no intuito de gerar filhos, não porque era de bom tom tê-los, a existência destes gerava a obrigações por parte do chefe da família de sustentá-los até a fase em que estes, sendo meninos, iriam exercer o status do pai, não só na família, mas principalmente perante a sociedade. Este filho que no caso é o primogênito varão viria lhe prestar auxílio durante a velhice. 
Em Atenas, as mulheres não tinham uma idade mínima legal para casar, contudo, casavam-se logo que atingissem a puberdade, por volta dos 13 a 15 anos, já o homem podia se casar após o serviço militar entre os 18 a 20 anos de idade. Era relativamente comum o casamento entre primos, entre um tio e a sua sobrinha, ou até mesmo entre meios-irmãos, desde que estes não tivessem o mesmo pai. As uniões eram monogâmicas, visto que a poligamia era proibida em Atenas pelo fato de seus habitantes considerarem tal prática uma atitude bárbara.
Normalmente, as meninas eram prometidas. O compromisso entre o pai e o futuro marido era realizado mediante um ritual, o que dava uma veracidade ao ato de ambos, visto que a quebra do acordo seria acompanhada por severas sanções por parte dos deuses, este acordo era realizado em frente ao altar doméstico,
"Eu te dou esta filha para que ela ponha no mundo filhos legítimos eu a recebo junto a um dote de três talentos recebo isso também com prazer". O negócio esta concluído e o casamento pode desenvolver-se sem prejuízo patrimonial maior.
As homenagens eram realizadas diante de um participante do clero católico, com a presença da Bíblia Sagrada; os dois interessados em tal acordo tinham que colocar as mãos em cima das escrituras para tornar válido o contrato estabelecido. A religião, e não a lei, que determinava as normas sociais.
O casamento nada mais era que um acordo comercial que conferia ao pai a obrigação de pagar determinada quantia que chamamos de dote que poderia ser uma parcela de terreno, dinheiro ou outro bem que a família possuía para poder casar sua filha, que era entregue ao marido como uma mercadoria. Na cama de casados dos noivos, era depositado o dinheiro oferecido pela a família da noiva a do noivo, e quem visitasse a casa da pretendente costumava contribuir com dinheiro para a nova vida dos recém-casados. A existência do dote era sinal que permitia a distinção entre o casamento e o concubinato.
A maioria dos casamentos era celebrada especialmente em Janeiro, período que permitia uma maior proteção à mulher, já que este mês era dedicado às festividades da deusa Hera, mulher de Zeus e defensora das mulheres e dos matrimônios; era também considerado o mês da fertilidade.
O casamento,era acompanhado de inúmeros rituais que legitimavam a união entre as duas pessoas.
As cerimônias religiosas começavam no dia em que a noiva deveria mudar para a casa do noivo, onde a noiva entregava os seus brinquedos e todos os objetos que se referissem a sua infância à deusa Artemis, simbolizando o fim desse período e a entrada numa nova fase adulta.
A família dos noivos realizavam sacrifícios a diversas divindades, tais como Hera e Zeus ( deuses do casamento ), à Ártemis ( deusa da virgindade) e à Ilita ( protetora dos partos ), e adornavam a casa com algumas plantas, como oliveira e o louro.
A prometida tomava o banho da noiva e vestia sua melhor roupa, enfeitando-se com uma coroa, o futuro esposo também tomava banho especial chamado de lustral; estes eram banhos rituais de purificação com água da fonte transportada em vasos especiais por mulheres em cortejo.
O pai da noiva oferecia um banquete; durante a realização, a noiva tinha o rosto coberto por um véu e uma coroa na cabeça, um menino oferecia, aos convidados, pão que tirava de um cesto, ao mesmo tempo em que declarava uma formula ritual "Eu bani o mal e encontrei o bem". Ainda no banquete trocavam-se presentes e comiam-se bolos de sésamo, que se acreditava favorecerem a fecundidade aos noivos.
À noite, ocorria o ritual de condução da jovem para a sua nova casa; os noivos subiam para um carro puxado por bois ou mulas, acompanhados por parentes e amigos que seguiam a pé, carregando tochas e cantando o hino de casamento. Na porta da casa do noivo encontravam-se os pais deste, prontos para receber a noiva; a mãe do noivo segurava uma tocha na mão e o pai tinha uma coroa de mirto. Dava-se à noiva um bolo de sésamo e mel ou uma tâmara. Atiravam-se então sobre a cabeça desta figos secos e nozes enquanto era levada até ao fogo sagrado pela mãe do noivo. Chegava então o momento do casal penetrar no seu quarto para consumar a união. Na porta do quarto ficavam jovens de ambos os sexos, cantando. No dia seguinte, tinham lugar novos banquetes e sacrifícios..
O adultério feminino na Grécia era duramente a punido, sobretudo em Atenas, porque era encarado como uma contestação à autoridade do marido. Este desvio se agravava ainda mais quando surgia a hipótese de nascerem filhos ilegítimos, o que não era concebível em uma sociedade na qual os casamentos só se realizavam com o intuito de gerarem filhos legítimos que iriam continuar os ritos familiares.Em caso de adultério, o marido enganado tinha o direito de matar o ofensor, caso o apanhasse em flagrante delito; aplicava-se o mesmo em caso de violação por parte da mulher cujo amante não foi pego no ato da traição. O divórcio caracterizava-se no simples repúdio do marido pela mulher.
As mulheres não eram "objetos de desejo" por parte dos homens, na Grécia da referida época, . Por isso a maioria dos homens relacionava-se entre si através de um amor cognominado de "Amor de Grego".
A superioridade masculina era em todos os âmbitos , no social, militar, político e religioso. Essa suposta superioridade gerava uma proximidade entre os homens gregos, já que o lugar das mulheres era no gineceu, resultando numa atração entre uns aos outros. Normalmente era exercido entre um homem mais velho o professor ou filósofo e um mais novo o aluno. As relações homossexuais não alteravam a imagem do homem perante a sociedade, pois o amor ao belo, ao perfeito não tinha sexo.
Nada impediria estes homens desposarem ou casarem com mulheres.
Para um cidadão grego, a passividade sexual representava um problema, já que todos os homens tinham que se mostrar ativos. Portanto o amado, ou o rapaz, ocupa uma posição passiva, e o homem adulto, o amante, uma posição ativa. Ainda segundo aquele, a função social da pederastia era a de ensinar ao rapaz a tornar-se um cidadão, conseqüentemente, um homem sexualmente ativo. O rapaz era levado a proporcionar e não a obter. A relação se desfazia numa determinada idade, quando o jovem rapaz deixa de sê-lo um mero jovem; o sinal da metamorfose era indicado pelo surgimento de pelos, no queixo e nas pernas. , via de regra, se era rapaz entre os doze anos, a idade da flor, e os dezessete, a idade dos pelos..
Tal prática não prejudicava o casamento nem o status do homem na sociedade, já que o fato de o homem ter sua esposa não o impedia de se relacionar com um adolescente; nem o fato de se relacionar com o adolescente significava o fim do seu casamento, pois o amor, nesse caso, era ao belo, ao sublime e o cultivo da inteligência e da cultura em um ser em formação, sendo assim, este tipo de amor não tinha sexo, portanto não podia se condenado pela sociedade.O homem deveria ter ascendência intelectual, cultural e econômica sobre o adolescente, afinal, ele complementaria a formação do jovem, iniciando-o nas artes do amor, no estudo da filosofia e da moral.
Durante o processo de socialização o menino era acompanhado pelo pedagogo . Eram esses tutores que acompanhavam os meninos durante sua formação; muitas vezes, esses tutores se aproveitavam de sua proximidade para seduzir os meninos, estabelecendo relações amorosas com estes. Dentre estas relações entre iguais o amor pedagogo, que tem como protagonistas o filósofo Sócrates, que,  destinava não só sua atenção e seu conhecimento, mas todo o seu desejo sexual aos seus discípulos. Não foi por acaso que Sócrates foi denunciado por corromper a juventude, a liberdade de relacionamento desfrutada pelos gregos adultos com adolescentes.:
 A "corte" era necessária para que a relação tivesse o caráter de bela e moralmente aceita. Os papéis, nesse caso, eram bem definidos; o homem fazia a corte e o adolescente era o cortejado, podendo deixar-se conquistar, ou não.
O adulto ao cortejar, presenteava, prestava favores, ia ao ginásio ver o adolescente se exercitar. Os exercícios físicos na Grécia antiga eram acompanhados pela nudez dos atletas. O adolescente, por sua vez, deveria ser gentil e ao mesmo tempo por à prova o amor do pretendente, cuja conquista era incerta, pois caberia ao jovem a palavra final.
Tem vários tipos de amor! qual você quer.....................

Os gregos determinaram um tipo de amor para cada situação da vida gregas.
amor servil pode ser resumido como prostituição que era executada tanto por homens como por mulheres, esta era uma atividade corriqueira na vida quotidiana dos gregos, sobretudo na época de Péricles. 
As cidades gregas, especialmente aquelas mais importantes, utilizavam nos seus portos uma parte da população que empregavam pessoas que prestavam seus serviços amorosos. Esta atividade não era realizada na clandestinidade, posto que as cidades gregas não a puniam a ponto de os bordéis ou casas destinadas a tal finalidade trabalhavam à vista da população, sendo aberta a quem quisesse desopilar suas eventuais angústias conjugais.
O amor filósofo, que tem por finalidade dar um senso de direção a uma juventude perdida. O amor que Epicuro destinava a seus iguais ao contrário daquele que Sócrates oferecia aos seus seguidores que era mais um amor pederasta do que um amor pedagogo era um apoio moral a juventude diante de tanto conflitos pessoais e das angústias que o mundo reservava a tal juventude.
amor conjugal, que cuida do bom exercício do matrimônio, por isso as mulheres, como vimos acima, realizavam um culto a referida deusa para que ela cuide e cultive um bom casamento.
amor fatal, temos Afrodite com o seu amor fatal, que só serve para causar brigas e separações. Esta divindade "representa o amor aí o amor físico, a união carnal e sensual ligada à natureza dos corpos e as necessidades da espécie.
amor real, representado pela figura de Péricles e Aspásia. Este era considerada uma cortesã que consegui conquistar o coração do grande líder ateniense, que após um casamento mal-sucedido, que acabou num divórcio, se uniu à referida mulher, que tinha uma elevada cultura e educação. Sendo natural de Samos, Péricles não podia desposá-la porque os matrimônios com mulheres daquela ilha não estavam entre os que eram consentidos entre atenienses e estrangeiros.
Enquanto em:

Atenas

A educação que as mulheres recebiam eram distinta da dos meninos, visto que "visava apenas fornecer os rudimentos que permitirão à futura mulher servir" ao marido. As mulheres casadas raramente cruzavam o limiar da porta exterior de casa, as jovens, essas, mal se avistavam no pátio interior, pois deviam viver longe de vistas alheias, separadas até dos membros masculinos da própria família.

Esparta:

A cidade de Esparta, que, apesar de não ser democrática, não tinha uma política de exclusão da mulher.

Enquanto que a mulher ateniense fica submetida ao gineceu longe dos olhos alheios:
As espartanas, assim como os rapazes, ficavam em público exercitando o seu corpo, já que precisavam ter corpos perfeitos e fortes para gerarem os verdadeiros cidadãos. O objetivo,  era "preparar mães de famílias robustas e vigorosas e mulheres dotadas de qualidades viris.
Na sociedade espartana a mulher tem uma situação contrária a da mulher ateniense, já que, é considerada cidadã e domina a educação, sobretudo das jovens para assegurar que esta tenha uma "formação que habilite a realizar aquilo que dela se espera. 
Em Esparta, ao contrário da cidade democrática, os seus cidadãos sofriam a ação coercitiva das leis de Licurgo, que os obrigavam a adquirir um matrimônio perante a sua sociedade, que possibilitasse a reprodução de novos cidadãos que iriam ser treinados, como verdadeiros guerreiros, no intuito de defenderem sua mãe-pátria contra os inimigos da própria Grécia e os de fora.


Em Esparta o casamento se configurava num roubo, que representava a continuação do ritual do matrimônio, que ia até o dia seguinte da ida da noiva a sua nova residência. A jovem, raptada, era confiada a uma mulher chamada ninfeutria, que lhe cortava os cabelos rentes, a enfarpelava com os fatos de homem e lhe metia os pés em calçado masculino, acabando por a deitar num enxergão, sozinha e privada de luz. O noivo, que havia tomado a sua refeição na companhia dos amigos, como habitualmente, entrava, desatava-lhe o cinto e, tomando-a nos braços, levava-a para o leito. Depois de ter com ela passado um espaço de tempo bastante curto, lá ia em seguida, dormir junto com os seus camaradas. 

Em Esparta a educação cabia ao Estado, sendo assim o menino aos sete anos era retirado do aconchego do lar para se dedicarem às práticas esportiva que viriam transformá-lo num verdadeiro cidadão, capaz de proteger sua cidade. Entretanto é importante lembrar que o ensino das primeiras letras não era desprezado, mas fica resumido a ler e escrever; o resto da educação consistia em assimilar a obediência, em suportar tenazmente o cansaço físico e em vencer no combate.

O assunto é muito debatido quando o amor platônico e o amor carnal, descutido e debatido por estudiosos quanto ao papel ou a importância da atividade sexual, chamando atenção as questões pessoais, sociais, políticas e até morais.E voc~e o que acha!!!!!!!!!