domingo, 21 de julho de 2013

MARAT


1743-1793

Era o ano de 1788, Luís XVI, herdeiro do falido Estado francês, parava salvar-se dos apuros, proclamarava a convocação dos Estados Gerais, parlamento que não seu reunia há mais de um século. Na verdade, dava início à Revolução Francesa.
Cinco anos após a convocação, o Dr jean marat o líder mais odiado desta Revolução, ídolo da plebe de Paris, conhecido como " o Amigo do Povo", tombaria sob o punhal de Charlotte Corday.

Marat, " o Amigo do Povo "
A 24 de maio de 1743, no Ducado de Neuchatel, então possessão dos Hohenzollern, família real da Prússia, nascia Jean-Paul Mara, futuro Marat. Seu pai ex monge sardo casara com uma suíça, Louise  Cabrol, da qual teve sete filhos. Gente da baixa classe, mas remediados, conseguiram dar alguma instrução à vasta prole: Jean Paul, o mais velho, pode estudar no colégio de Neuchatel, e seu outro irmão seria instrutor na côrte de Catarina II da Rússia.
Com dezesseis anos, Jean-Paul abandonou a casa paterna, indo viver na França. Em 1762, com dezenove anos, o jovem estava em Paris.
Era baixo, de ombros largos e braços fortes,   grandes olhos negros, nariz aquilino, fronte ampla, tez morena e voz vibrante.
Tinha aspirações intelectuais. Como êle próprio escreveu, " desde os primeiro anos fui devorado pelo desejo de gloria.....Com quinze anos quis ser professor, com dezoito autor, com vinte gênio criador, assim como agora quero sacrificar-me pela pátria "
Seus interesses eram variados filosofia, história ciências, literatura. Mas só havia bibliotecas nas grandes mansões; comprar   livros era luxo de ricos. Um rapaz de poucas posses devia pedi-los emprestados ou então frequentar a casa dos possuidores
Por essa e´poca, parece ter conhecido os enciclopedistas, que frequentavam o mesmo tipo de gente, um típico representante do Terceiro Estado reverenciava Rousseau e Montesquieu, ao mesmo tempo que repudiava o ateísmo tão em voga entre os iluministas.
Com 22 anos, Jean-Paul reside em Londres, frequenta o Saint Martin's Lane, café dos artistas e passa fome. Já nesse período, ainda sem ser médico, aventura-se a dar as primeiras consultas a fim de remediar alguns almoços. Tem vários amigos médicos e, " levado pela curiosidade de conhecer a alma humana " passa seus dias em hospitais e prisões.
Em Londres, viu ruelas imundas, lama lixo, ambulantes turbas de mendigos a dificultar o tráfego de nobres carruagens precedidas por truculentos lacaios. Uma multidão desempregada de rurais afluía à capital para viver de medicância, roubo e prostituição.
Por fim, um verdadeiro motim tomou conta da cidade, e Marat presenciou o povo sair ás ruas para bater-se pelas reformas, enfrentando os guardas-reais.sobre as reformas necessárias.
A revolta, a efervescência política, a audaciosa liberdade de expressão dos clubes da classe média, no decorrer da violenta campanha eleitoral de 1774, tiveram sobre Marat um efeito contagiante. Redigiu uma série de "discursos" 

Como não pudesses assiná-los sem que a polícia o expulsasse do país, publicou-os anônimamente, fazendo-se passar por inglês.
Esse movimento na Inglaterra influiu decisivamente no pensamento político de Marat. Foi por essa época que terminou de escrever As Cadeias de Escravidão.
Durante anos pesquisara livros de toda espécie, Plutarco, Tito Lívio, Tácito, Maquiavel etc.
A influência de Rousseau é indiscutível. " O homem nasceu livre e, em todos os lugares, êle se encontra agrilhoado", é o que diz o filósofo em seu livro Do Contrato Social
Em junho de 1775, Jean-Paul se diploma em medicina pela Universidade de Saint Andrew em Emdiburgo. Passa também a assinar Marat, afrancesando seu nome.
Sua vida sofre radical transformação . Mora em Soho, bairro elegante, e já pode pagar a publicação de seus ensaios e artigos médicos.
A 10 de abril do ano seguinte deixa Londres. em Paris consegue uma clientela rica e em pouco tempo, torna-se médico da moda. Entra a serviço do Conde d'Artois, irmão do rei e futuro Carlos X, com bom ordenado e alojamento.
Apesar de estar bem trajado não esquecia o que vira nas ruas, hospícios e prisões. 
Em janeiro de 1792 Marat conheceu Simone Evrad, costureira que Albertine Marat descreverá como " inflamada pelo espírito da liberdade". Durante os dezoitos meses de vida que restam a Jean Paul, ela será sua companheira devotada  , e por 31 anos sua fiel viúva.
Marat era sujeito a depressões cíclicas. A causa de seu desencorajamento deve ter sido a histeria guerreira, após o massacre do Campo de Marte, tomara conta da França.
A 11 de julho, na casa onde mora com a irmã e a mulher, dorme-se de portas abertas, o calor é insuportável. Por causa de uma doença da pele contraída na sua fase de fugitivo, quando morava em insalubres ruelas, Marat, passa seus dias mergulhado na banheira. Ali escreve, a cabeça envolvida num lenço com vinagre. Entram e saem os jacobinos, populares, amigos.Trazem comunicados e informações.
Numa loja do centro de Paris, Charlotte Corday, jovem aristocrática vinda de Caen, compra uma longa faca. Na manhã do dia 13, ela dirige-se á casa do " monstro ", o homem que tirou tudo de sua família e aos amigos, o "massacrador" de setembro.
Marat, constantemente interrompido escreve seus manifestos. Acordemos é hora. Não pode recebe-la. Charlotte volta à tarde. A situação é a mesma. "Deixem entra a cidadã", diz Marat distraído, deve ser mais alguma sugestão ou pedido. Continuando a escrever, " o Amigo do Povo " pede-lhe que aguarde apenas um instante. Segundos depois a faca se enterra em seu peito, enchendo a banheira de sangue.

Tomada da Bastilha, a 14 de julho de 1789, o povo de Paris intervém pela primeira vez na Revolução Francesa e tem início um processo que levará à decapitação de Luís XVI

A família real francesa recebe a notícia de sua condenação

O assalto à Bastilha durou 4 horas, e a libertação dos prisioneiros foi ra´pidíssima; na verdade havia apenas catorze. A fortaleza, situada no coração de Paris, tinha mais importância militar que outra coisa..



A Guarda Nacional, arama criada pelos burgueses de Paris durante a Revolução, foi inicialmente dirigida por Lafayette. Soldado com a tradicional farda dessa arma, tendo ao fundo a Bastilha toma

Guerra contra a Áustria

Robespierre

O plebeu parisiense ( san-culotte. Foram batalhões d~estes homens que em Valmy  salvaram a França e apoiaram os jacobinos na derrubada da monarquia


Os cafés foram importantes pontos de reunião e discussão, onde a imprensa revolucionária, como a de Marat e Camille Desmoulins, circulava livremente

Marat que antes da Revolução pensara em excluir as mulheres do direito de voto, mudou de ideia quando as plebéias de Paris demonstraram ser uma das mais ativas forças de sustentação do governo revolucionário

31 de maio de 1793. Os deputados girondinos após terem sua prisão decretada, deparam à saída da Assembléia com a maré de lanças dos plebeus que cercaram o edifício.
Em primeiro plano à esquerda de chapéu preto e capote amarelo, Marat segura as mãos de dois. patriotas. 

Triunfo Fúnebre de Marat