Um dia, alguns anos, muitos anos, surgia uma amizade, desorientado, desesperado, sem rumo, não sabendo mesmo o que fazer e do nada toquei a campainha . Me recebeu, me ouviu meu deu um pedacinho de chão foi muito mais de que um ombro amigo. A vida foi seguindo, saíamos para encontrar os amigos compartilhamos, cedemos, tocamos em nossas feridas alias em qualquer lugar , deleitamos nos risos, nas vitórias nas idas e vindas. Um amigo, sempre amigo, ouvia e aguardava pacientemente, que se entusiasma, sempre sorrindo. Um sorriso peculiar, sempre me oferecendo um drinque para relaxar. Ria , pois a única coisa que bebia era martini. Conversavamos enquanto se aprontava e saíamos em busca do vento, dos sons, das riquezas, dos horizontes, dos amigos, amigos que não eram meus mas que aos poucos fui conquistando.
Este amigo hoje distante, sempre rindo, uma risada toda peculiar e hoje 24 de fevereiro completa mais um aniversário. Minha homenagem e colocar no meu blog sua foto com sua neta e o poema que adorava e que gostava de ouvir voce declamando. CÂNTIGO NEGRO POEMA DE JOSÉ RÉGIO.
CÂNTIGO NEGRO
poema de José Régio
CÂNTIGO NEGRO
poema de José Régio
"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços , e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem, " vem por aqui"
Eu olhos com olhos lassos
( Há, nos olhos meus, ironias e cansaços )
E cruzo os braços
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar nínguém.
---Que eu viva com o mesmo sem vontade
Com que rasguei o ventre á minha mãe
Não, não vou ai! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos.....
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetir: 'vem por aqui"
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Nenhum comentário:
Postar um comentário