terça-feira, 19 de abril de 2016


BREVE HISTÓRIA DAS ERVAS:
PARTE II



remédios que curavam

REIS E RAINHAS






Império Romano







O saber deslocou-se para Roma, lá encontramos os dois maiores herbolários da Era CristaDioscórides e Galeno. O primeiro foi médico de Nero e com ele e seus soldados viajou para todo o mundo mediterrâneo, colecionando centenas de tipos de plantas.um livro, um catálogo de medicina herbolária intitulada " De Maneira Médica ". Essa obra serviu de base a maior parte dos conhecimentos médicos do Oriente, depois entrou no Ocidente pelas mãos dos sarracenos e espalhou-se pela Europa, tornando-se a principal fonte de informações médica por centenas de anos


Idade Média




 os mosteiros tornaram-se centros importantes de estudo. Os livros  e manuscritos existentes foram todos recolhidos pelos monges que se apoderaram do saber antigoAo redor das igrejas, mosteirose conventos foram cultivadoas ervas, utilizadas como alimentos, bebidas e medicamentos. Muitos destes herbários ainda existem e são conservados até hoje na Europa, principalmente na Inglaterra.


Idade Moderna


Marco Polo


as viagens de Marco Polo ao Oriente, a chegada as Índias, o trazer da babosa, o cravo , a canela a carambola, o gergelim ( vegetais originários da Índia )

a invenção da imprensa, em 1450, e as descobertas marítimas, inicia-se um novo ciclo,que posteriormente iriam mudar a face do planeta


Em 1536, o rei inglês Henrique VIII, fundador da Igreja Anglicana, sofreu um grave acidente durante um torneio no palácio de Greenwich.
Em uma disputa sobre cavalos , o monarca caiu do animal que, por sua vez, caiu por cima dele. Ambos vestiam armaduras pesadas. O rei desmaiou e permaneceu inconsciente por duas horas
Historiadores acreditam que o episódio tenha sido responsável pela busca mudança de personalidade do monarca: Henrique VIII passou de homem generoso a tirano paranoico. Dez anos antes, em 1524, o monarca já havia sofrido um acidente semelhante.
Na ocasião, Henrique VIII ─ que não gostava de abaixar a viseira do capacete ─ foi golpeado no olho direito pela lança do oponente. Depois disso, começou a sofrer constantes enxaquecas.
O remédio prescrito ao monarca foi simples: nozes, pela semelhança com o crânio humano.
Por razões não medicinais, Henrique VIII comia, carnes, legumes e verduras, alimentos 
Portanto a cor da urina ou a consistência das fezes indicava se o monarca estava doente se baseava na ( Hipocrática )
No caso das hemorroidas, o remédio prescrito era a raiz de Ranunculus ficaria, po r sua semelhança com as veias inflamadas do ânus.
Havia também uma cura para os problemas de digestão que não se inspirava na Grécia Antiga, mas na América recém-descoberta: enemas (lavagem que injeta água no intestino) de fumo de tabaco.
Naquela época, o tabaco havia acabado de chegar à Inglaterra e acreditava-se que o fumo curava muitas dores, entre elas a constipação e a dor do estômago.
Outro grande problema era a sífilis, particularmente entre os marinheiros. Especula-se que Henrique VIII também sofria da doença, mas isso nunca foi confirmado.
Legumes e verduras, alimentos associados às classes mais baixas, não estavam presentes na mesa do monarca. E quando Henrique VIII os comia, eram sempre cozidos, como as frutas ─ na época acreditava-se que quem comesse frutas cruas poderia contrair peste.
Além disso, um dos principais passatempos de Henrique VIII era andar a cavalo.Por causa disso, não causa surpresa que o monarca sofresse de hemorroidas.


No reinado  de Elizabeth I da Inglaterra (1558-1603 ), certas ervas, especialmente as especiarias, tinham um valor e importância tão grande quanto o outro ou a prata ambicionada por piratas que infestavam todos os oceanos.
Esta Inglaterra, repleta de reis e rainhas e piratas, era também a Inglaterra das bruxas, fadas e duendes, seres sobrenaturais aos quais pertencia o saber das ervas. Mesmo assim, rara era a dona de casa que não possuía armário com plantas medicinais para as doenças do dia-a-dia 
Acreditava-se, por exemplo, que o gengibre, por sua semelhança com o estômago humano, poderia aliviar doenças digestivas. Coincidentemente, de acordo com alguns especialistas modernos, o uso do tubérculo era adequado para a finalidade a qual se propunha no passado.
Filha e uma das sucessoras de Henrique VIII, Elizabeth 1ª era particularmente seletiva com sua comida. Exceto quando se tratava de doces.
Por causa deles, os dentes da monarca ficaram repletos de cáries, escureceram e caíram.
Em determinada ocasião, Elizabeth 1ª teve uma dor de dente tão forte que foi necessário extrair-lhe um molar. Mas a ideia lhe causava tanto pavor que dentistas tiveram de extrair um molar de um bispo na frente da monarca para mostrar que o procedimento não seria doloroso.Foi o único molar que a rainha permitiu que lhe fosse tirado. A rainha tinha uma cútis angelical.
Em 1562, quando Elizabeth 1ª estava no trono havia quatro anos, ela caiu doente.A rainha ficou tão mal que membros da corte acreditavam que ela morreria.
Ela contraiu varíola, uma das várias epidemias urbanas que frequentemente obrigavam os reis ou seus descendentes a se confinarem em palácios distantes de Londres, ora para prevenir o contágio ora para se recuperar.Na ocasião, o problema não desapareceu quando a rainha melhorou.
As cicatrizes da doença que permaneceram visíveis em seu rosto poderiam prejudicar a imagem da Rainha Virgem.As marcas eram similares às da sífilis ou da catapora.
Além disso, elas colocavam em risco a ideia de rosto perfeito com a qual a rainha tinha de representar pureza e força.
Foi por causa disso que Elizabeth 1ª passou a cobrir completamente o rosto com maquiagem branca.
Isso porque sendo virgem e sem herdeiros ela tinha de fazer todo o possível para se manter jovem e atraente, como se nunca envelhecesse.
O remédio para suavizar as cicatrizes era a romã, pela semelhança da fruta com as marcas deixadas pela varíola.
Acreditava-se, por exemplo, que o gengibre, por sua semelhança com o estômago humano, poderia aliviar doenças digestivas. Coincidentemente, de acordo com alguns especialistas modernos, o uso do tubérculo era adequado para a finalidade a qual se propunha no passado.





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