Manhã diferente
Prédio enlouquecidos
Árvores furiosas
Sulcos profundos abrindo a terra
Calçadas desbotadasSem brilho
Manto negro
Destamantelando automovéis e transeuntes
Odor desnorteante
Muito estranho
Tudo sem cor
Incolor
Inquieto
Uma náusea espalhando temor
Que dor
Lavas entre dentes
Lábios mórbidos
Face pálida
corpo sórdido
Roupas desprendiam-se do corpo
Andar desajeitado
Passos sem coordenação
Sem sincronização
O caminhar evadiu-se
Com o derreter das forças
Centelhas espalhadas
Um fel entre bocas
O negrume
galopava
a procura da razão
exalando compaixão
Sem direção
Para a solução
É VERÃO
LC/2010
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