terça-feira, 17 de agosto de 2010

MANHÃ

MANHÃ
Amanhecia
Manhã diferente
Prédio enlouquecidos
Árvores furiosas
Sulcos profundos abrindo a terra
Era uma manhã diferente
Calçadas desbotadas
Sem brilho
Manto negro
Destamantelando automovéis e transeuntes
Odor desnorteante
Muito estranho

Tudo sem cor
Incolor
Inquieto
Uma náusea espalhando temor
Que dor

Lavas entre dentes
Lábios mórbidos
Face pálida
corpo sórdido

Roupas desprendiam-se do corpo
Andar desajeitado
Passos sem coordenação
Sem sincronização

O caminhar evadiu-se
Com o derreter das forças
Centelhas espalhadas
Um fel entre bocas

O negrume
galopava
a procura da razão
exalando compaixão
Sem direção
Para a solução
É VERÃO

LC/2010

Nenhum comentário: