quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

ONDAS BÁRBARAS: OS HUNOS

ALÉM ONDAS BÁRBARAS:

OS HUNOS

Quem eram os bárbaros?

Já não sabemos a quem devemos estimar e honrar. Neste ponto, passamos  a ser como bárbaros em relação uns aos outros. Pois por natureza somos todos iguais, sejamos bárbaros ou gregos. E esta igualdade decorre daquilo que, por natureza é indispensável a todos os homens; respiramos todos pela boca e plo nariz e todos comemeos coms as mãos.
(Antifon. " Da verdade", século V a.C)

BÁRBARO, em grego, tinha o sentido de " gago" ou " balbuciante".
Era usado em referência desdenhosa aos não-gregos, que não falavam a língua helênica.
Os romanos herdaram dos gregos essa visão e essa palavra preconceituosa.
"BÁRBAROS" eram aqueles povos que não tinham a cultura greco-romana, não falavam latim e desconheciam os deuses mprotetores do Império.
Eram os " outros ", os diferentes


Segundo o historiador Amiano Marcelino, oficial do exercíto romano, assim era a vida dos hunos quando de sua entrada na Europa ao final do século IV: " Quando ainda muito jovens, fazem-lhes com um ferro profundos ferimentos no rosto, a fim de que as cicatrizes que nele se formarem impeçam a saída do primeiro pêlo: envelhecem desfigurados e sem barba. Todos eles têm, aliás, os membros vigorosos  e o pescoço grosso; têm aspecto extraordinário e tão curvado que poderão ser tomados por animais de dois pés ou por esses pilares grosseiramente esculpidos em figuras humanas que se vêem nas bordas das pontes. Não têm eles necessidade do fogo nem de comidas temperadas, mas vivem de raízes selvagens e de toda a espécie de carne que comem meia crua, depois de tê-la aquecida levemente sentando-se em cima durante algum tempo quando estão a cavalo. Não têm casas, não se encontra entre eles nem mesmo uma cabana coberta de caniço. Vestem-se de pano ou peles de ratos dos campos; têm apenas uma única roupa e não tiram a túnica senão quando cai em farrapos. Cobrem a cabeça com pequenos bonés caídos com peles de bode. São colados a seus cavalos, que são, na verdade, robustos mas feios; não existe nenhum dentre eles que não possa passar a noite e o dia sobre a montaria; é a cavalo que bebem, comem e, abaixando-se sobre o pescoço estreito do animal, dormem. Nenhum cultiva  a terra nem toca mesmo um arado. Sem morada fixa, sem casas, erram por todos os lados e parecem sempre fugir com as suas carriolas. como animais desprovidos de razão, ignoram inteiramente o que é o bem e o que é o mal; não têm religião, nem superstição; nada iguala a sua paixão pelo ouro "


ISAAC. J. e ALBA, A. História universal - Roma. São Paulo, Mestre Jou, 1968. p. 217.

Eram cavaleiros, pastores e queriam dominar o mundo
A origem dos hunos é incerta. Acreditava-se que eles fossem todos descendentes dos xiongnu, povo que habitava  região da Mongólia.
 Os xiongnu, por sua vez, eram segundo alguns autores, aparentados dos mongóis e, segundo outros, aos turcos ou ainda a outros povos. Atualmente vários pesquisadores acreditam ser mais provável que os grupos conhecidos como hunos fossem uma união de diversos povos guerreiros - entre eles, os descendentes dos xiongnu.
Depois de avançarem sobre o território ocupado pelos germanos, os hunos estabeleceram-se na região que hoje pertence a Hungria e à Romênia. Conviveram em paz com o Império Romano durante certo tempo e até ajudaram os romanos a combater os germanos.
No século V, sob o comando de ÁTILA - o mais famoso rei dos hunos - avançaram para o Oeste e chegaram a ameaçar Roma. Os hunos formaram um império que se estendia dos Montes Urais, na atual Rússia., ao rio Reno, na França atual.
Os hunos assolaram as terras da península Balcânica, perseguindo os visigodos e sob o comando de seu terrível chefe ÁTILA chegaram a ameaçar Constantinopla. Voltaram-se então para o Ocidente e invadiram a Gália. A destruição feita pelos hunos fez com que ÁTILA fosse considerado um gênio do mal. Foi chamado de " FLAGELO DE DEUS "  , e dizia-se que onde seu cavalo pisava não mais crescia a erva. Realmente os hunos eram ferozes, faziam cicatrizes no rosto para evitar o crescimento da barba e passavam a maior parte do dia a cavalo.
ÁTILA encontrou pouca resistência na Gália, tal o terror espalhado pelos hunos, que tudo saqueavam e depredavam. Todos os bárbaros estabelecidos no Império reuniram-se, porém para combater as hordas selvagens dos hunos. ÁTILA procurou as planícies da CHAMPAGNE, mais favoráveis à tática de sua imensa cavalaria, para oferecer combate às tropas organizadas pelo general romano AÉCIO.
Nos campos CATALÁUNICOS, em TROYES ( 451) foi no entanto vencido, retirando-se para além das fronteiras do Reno, onde  tentou ainda penetrar na ITÁLIA, sem sucesso.
Morreu pouco depois e suas hordas dispersaram-se, pois seus 50 filhos encarniçadamente disputaram sua herença e título, e seu império desapareceu.

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