terça-feira, 7 de dezembro de 2010

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

FAÇA DE CHECK-IN
VISITANDO A INGLATERRA E CONHECENDO A
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
UMA BOA É APRENDER


A visão de Charles Chaplin
" O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém, desviamo-nos dele. (...)
Criamos a época da produção veloz, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz em grande escala, tem provocado escassez. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que máquinas, precisamos de humanidade; mais do que inteligência, precisamos de afeição e doçura! Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo estara perdido"
CHARLES CHAPLIN, 1941




O Sol ainda não apareceu naquela cidade industrial inglesa do início do século XIX, e a sirene da fábrica já se ouve no amontoado de casebres e cortiços em torno. Os operários que ali moram deixam suas camas e vão comer batata cozida com pedaços de toucinho defumado, ás vezes pão e chá.
Na rua, lama por toda parte, esgoto a céu aberto e a fumaça do carvão usado nas caldeiras da fábrica.


Iniciado o trabalho, minúsculos fiapos de algodão flutuam no ar e entram pelos nariz. O barulho é ensurdecedor. Os operários permanecem catorze, dezesseis horas de pé fazendo movimento repetitivos para acompanhar o funcionamento das máquinas. Quinze minutos para o almoço: de novo batatas cozidas com toucinho, talvez um pouco de pão. A jornada por volta de 9 horas da noite.
Por tudo isso, muita gente chamava as fábricas de " moinhos do diabo". Elas surgiram a partir da segunda metade do século XVIII. As mudanças que trouxeram para as regiões onde foram instaladas transformações tão profundas que receberam o nome de REVOLUÇÃO INDUSTRIAL.


A revolução Industrial compreendeu:
1) a mecanização da indústria e da agricultura; motriz à indústria;
2) a aplicação da força motriz à indústria;
3) o desenvolvimento do sistema fabril;
4) um sensacional aceleramento dos transportes e das comunicações ;
5) um considerável acréscimo do controle capitalista sobre quase todos os ramos de atividade econômica.



1)Indústria:
é a transformação da matéria prima em produtos utilizados pelo homem( animal como a lã, vegetal como o trigo ou mineral como a pedra em produtos que podem ser utilizados pelo homem.

2)Como se faz essa transformação?
a transformação de matéria prima em produtos úteis ao homem passou por três formas básicas:
   a)artesanato: a produção artesanal, praticamente desaparecem no século XIX. Os artesãos eram os donos dos instrumentos de trabalho e conheciam todas as fases da produção, e com ele poucos auxiliares.

   b)manufatura: era dividida em diferentes etapas, cada qual realizada por um trabalhador, passou a trabalhar em troca de salário. A divisão das tarefas fez com que o homem deixasse de conhecer a totalidade do processo produtivo.

   c)indústria mecanizada: o trabalhador passou a alimentar a máquina, verificar e controlar sua velocidade e zelar pela sua manutenção.
A partir do século XVIII, diversas máquinas foram inventadas para serem usadas nas fábricas, a chamada mecanização da produção
Agora as maquinas que eram impulsionadas pela força humana, agora pela energia hidráulica. A força dos rios e quedas d!água movimentava as máquinas por meio de correias e engrenagens
No final do século XVIII , as fabricas produziam fios, e os trabalhadores da industria doméstica produziam os tecidos utilizando seus teares manuais
"Os novos inventos que (...) revolucionaram ( a industria de algodão) - a máquina de fiar, o tear movido a água, a fiadeira automática e, um pouco mais tarde, o tear a motor - eram suficientemente simples e baratos e se pagavam quase que imediatamente em termos de maior produção. Podiam ser instalados, se necessário peça por peça, por homem que começavam com algumas libras, emprestadas, já que os homens que controlavam as maiores fatias da riqueza do século XVIII não estavam muito inclinados a investir grande somas na industria".

3)O que exigiu o processo de industrialização?
a)desenvolvimento técnico e científico;
b)investimento de grandes somas em dinheiro;
c)fornecimento de matérias primas; e
d)consumidores para os produtos transformados.

4)O que mudou com a Revolução Industrial?
a)a passagem da sociedade rural para a sociedade industrial;
b)a mecanização da indústria e da agricultura;
c)o desenvolvimento do sistema fabril como uso da energia a vapor;
d)o desenvolvimento do sistema fabril com o uso da energia a vapor;
d)o desenvolvimento dos transportes e das comunicações; e
e)expansão do capitalismo que passou a controlar quase todos os ramos da atividade econômica.
Em meados do século XIX,
três em cada quatro operários ocupados na indústria do algodão na Inglaterra trabalhavam em fábricas médias ou grandes.
Famílias inteiras, incluindo crianças, foram empregadas nas fábricas.
Na fiação e na tecelagem de algodão, na primeira metade do século XIX, cerca de um quarto dos trabalhadores eram homens adultos:
mulheres e meninas eram mais da metade.
o restante eram meninos e rapazes menores de 18 anos.
As jornadas duravam até 16 horas por dia, seis dias por semana
Em decorrencia do desemprego nesta época os roubos eram constantes
Nas fábricas os patrões elaboravam rígidos regulamentos para a disciplina de suas fábricas
Faltas, atrasos comportamento que os patrões considerassem inadequados eram punidos com multa e desconto no salário.
Assim nesta época os patrões impunham baixos salários,
longas jornadas e
péssimas condições de trabalho,
além de explorarem o trabalho de mulheres e crianças,
pois não existiam leis que protegessem os trabalhadores.
Em 1824, o Parlamento inglês permitiu que as primeiras associações operárias tivessem existência legal.Eram as TRADE UNIONS, ou sindicatos, como passaram a ser connhecidas.
Por causa das longas jornadas de trabalho, os trabalhadores viviam próximo das fábricas, passando a viver em precárias condições de moradia.
Fome, doença, alcoolismo e morte precoce passaram a fazer parte do cotidiano dos trabalhadores da fábricas e da indústria doméstica.
Muitos nesta época por falta de trabalho eram obrigados a mendigar para sobreviver.
Nesta época o alimento era basicamente mingau de aveia, pão seco ou batatas. 
Com a nova lei, houve uma explosão de greves e de associações operárias em toda a Inglaterra, concentradas principalmente na indústria têxtil e na atividade siderúrgica.
Enquanto os operários´promoviam greves e manifestações, a polícia os reprimia com violência, prendendo e executando alguns líderes.

QUEBRA- QUEBRA DE 1799
"Chegando aqui ( a Bolton) (...) encontramos na estrada (...) bens uns quinhentos ( homens ) (...) Um deles nos disse que acabavam de destruir algumas máquinas e pretendiam fazer o mesmo em toda a região.(...)
No mesmo dia, á tarde, uma grande fábrica (...) foi por eles atacada. A posição do edifício só lhes permitia aproximar-se por uma passagem estreita: devido a isso, o chefe da fábrica pode repelir o ataque com a ajuda de alguns vizinhos, e dessa vez salvar a fábrica. Dois dos agressores foram mortos no local, um se afogou e vários foram feridos.
A turba não tinha armas de fogo e não esperava uma recepção tão calorosa. Essa gente ficou exasperada e jurou vingança. Passaram então o domingo e a manhã de segunda reunindo fuzis e munições... Os mineiros do duque de BRIDGEWATER se juntaram a eles e ainda outros operários, tanto que seu número atingiu, segundo nos disseram, 8 mil homens.
Esses homens marcharam, ao som do tambor e estandartes desfraldados, sobre a fábrica de onde haviam sidos repelidos no sábado. (...) a turba destruía totalmente um equipamento avaliado em mais de 10.ooo libras. (...) Era sua intenção declarada tomar a cidade, depois Manchester e Stockport, daí marchar sobre Cromford,  e destruir não somente nesses diversos lugares, mas em toda a Inglaterra."

Mantoux, Paul. A revolução industrial no século XVIII. São Paulo, Unesp/Hucitec, s/d. p. 410-411

A MULTIPLICAÇÃO DOS ALFINETES PELA DIVISÃO DO TRABALHO

A descrição abaixo foi feita por Adam Smith, um economista do século XVIII.

"Um operário desenrola o arame,u m outro o endireita, um terceiro o corta, um quarto faz as pontas, um quinto o afia nas pontas para a colocação da cabeça do alfinete; para fazer uma cabeça de alfinete, requerem-se 3 ou 4 operações diferentes: montar a cabeça já é uma atividade diferente, e alvejar os alfinetes é outra; a própria embalagem dos alfinetes também constituiu uma atividade independente.
Assim, a importante atividade de fabricar um alfinete esta dividida em aproximadamente 18 operações distintas, as quais, em algumas manufaturas, são executadas por pessoas diferentes, ao passo que, em outras, o mesmo operário às vezes executa 2 ou 3 delas. Vi uma pequena manufatura, desse tipo, com apenas 10 empregados, e na qual alguns desses executavam 2 ou 3 operações diferentes. Mas, embora não fossem muitos hábeis (...) essas 10 pessoas conseguiam produzir entre elas mais do que 48 mil alfinetes por dia. Assim, (...) pode-se considerar que cada uma produzia 4800 alfinetes diariamente. Se, porém, tivessem trabalhado independentemente um do outro, certamente cada um deles não teria conseguido fabricar 20 alfinetes por dia, e talvez nem mesmo 1 (...) "8
SMITH, Adam. A riqueza das nações: investigação sobre sua natureza e suas causas. v 1. São Paulo, Abril, 1983 p 42


LEGISLAÇÃO TRABALHISTA BRITÂNICA
1-1802- limitou a jornada de trabalho das crianças a 12 horas diárias.
2-1819-  proibiu o trabalho das crianças menores de 9 anos nas fábricas de algodão.
3-1824- reconheceu o direito dos trabalhadores de se organizar em sindicato
4-1833- limitou o trabalho das crianças entre 10 e 13 anos a 48 horas semanais:  entre               13 e 18 anos a 69 horas semanais.
5-1842- proibiu os trabalhos infantil e feminino nas minas.
6-1878- limitou o trabalho das mulheres a 56 horas e meia nas fábricas de algodão e a
            60 nas outras fábricas.
7-1908- instituiu os primeiros sistemas de seguro social
8- estabeleceu a jornada de 8 horas dárias.

NAS CASAS DE TRABALHO '" INGLESAS, FOME E DISCIPLINA

Os cercamentos já haviam retirado os meios de muita gente. Com a Revolução Industrial, o número de miseráveis aumentou tanto que, em 1834, o Parlamento determinou que as paróquias criassem casas para abrigar pessoas pobres, que ali receberiam alimentos em troca de trabalho.
Nesses estabelecimentos, os homens sadios quebravam pedras ou moíam ossos para produzir fertilizantes. As mulheres crianças e homens idosos lavavam roupas ou desmanchavam, fibra por fibra, roupa e cordas velhas para a  confecção de estopas e de um tipo de papel usado na época.
O alimento era basicamente mingau de aveia,pão seco ou batatas. A fome nessas " casas de trabalho " era tamanha que os homens brigavam para comer os restos de carne nos ossos que deviam triturar. Maridos, esposas e filhos não podiam ficar juntos nem conversar. As refeições deviam ser feitas em silêncio.
Sobre esses estabelecimentos, os estudiosos e militante político alemão Friedrich Engels disse o seguinte em 1844:
" A comida dos prisioneiros é melhor, de modo geral; assim, os pobres frequentemente cometem alguns delitos com o propósito de ir para a cadeia. Porque a casa de trablho é uma prisão também; quem não termina a tarefa não ganha nada para comer, quem quer sair precisa pedir permissão, o que se consegue ou não, conforme seu comportamento ou capricho do inspetor (...) "

ENGELS Friedrich. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. São Paulo. Global, 1985. pg. 322.323 


Informações:


1) Quando se desenvolveu a:
a)indústria doméstica: século XV
b)manufatura: século XV
c)maquinofatura: século XVIII

2)Principal agente de produção:
a)na indústria doméstica: o artesão com auxílio das ferramentas
b)na manufatura: trabalhadores assalariados com o auxílio de ferramentas
c)na maquinofatura: a máquina com o auxílio do trabalho humano.

3)Em que local ocorria estas atividades:
a)na indústria doméstica: na casa dos artesãos
b)na manufatura: em galpões
c)na maquinofatura: nas indústrias

4)De quem eram os instrumentos de trabalho:
a)na indústria doméstica: do artesão
b)na manufatura: dos donos das manufaturas
c)na maquinofatura: dos donos das indústrias.

5)Proletáriado: classe sociaL surgida na era industrial e que sobrevive da venda de sua força de trabalho para os capitalistas

6)Burguesia: classe social capitalista que detém a propriedade de fábricas, máquinas, meios de transportes, bancos, etc.



A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL, MUDOU A MANEIRA DE PENSAR DAS PESSOAS, MUDOU A HISTÓRIA DO MUNDO.
Com a revolução industrial, consolidou-se a separação entre o ser humano e a natureza, e acelerou-se, como nunca visto antes, a exploração predatória dos recursos naturais. A natureza, então tranformou-se num objeto a ser manipulado pela ténica, a serviço do aumento da produção e do lucro.

Pontos positivos e negativos da Revolução Industrial:

a)Positivos: Estabilidade Política;
                  Avanço tecnológico;
                  Indústria textil mais produtiva;

b)Negativos: Desemprego, pela substituição da maquinoaftura;
                    Exploração do trabalho;
                    Conflitos entre operários revoltados com as péssimas condições de trabalho.
                   
 " Nos últimos séculos, um modelo de civilização se impôs, alicerçado na industrialização, com sua forma de produção e organização do trabalho, a mecanização da agricultura, o uso intenso de agrotóxicos e a concentração populacional das cidades.(...)
Recursos como o petróleo ameaçam escassear. De onde se retirava uma árvore, agora se retiram centenas. Onde moravam algumas famílias, consumindo escassa quantidade de água e produzindo poucos detritos, agora milhões de famílias, exigindo a manutenção de imensos mananciais e gerando milhares de toneladas de lixo por dia"
Parâmetros Curriculares Nacionais, terceiro e quarto ciclos - apresentação dos tewmas trasversais. Brasília: MEC/ SEF, 1998. p. 173,174.


As condições de vida do operariado brasileiro

"Em São Paulo, em 1893 (...) uma comissão de Exame e Inspeção das Habitações Operárias e Cortiços fazia uma visita no distrito de Santa Ifigênia, investigando as condições higiênicas das moradias operárias, (...) O relatório da inspeção das habitações operárias, bastante extensivo, afirmava:
" É preciso cuidar da unidade urbana, a habitação, não já da habitação priovada, mas daquela onde se acumulava a classe pobre, a estalagem onde pulula a população operária, o cortiço como vulgarmente se chama essas construções acanhadas, insalubres, repulsivas algumas (...) "

" (...) O pobre mora nos cortiços do Brás, da Mooca, da Lapa, do Bom Retiro, em Vila Guilherme ou Vila Maria, que são atingidos pelas enchentes do Tietê, todos os anos. Os bairros pobres são "calçados" de poeira ou "asfaltados" de lama quando chone (...) "
1-São Paulo- município, "relatório da Comissão, in Relatório do Intendente Municipal,pg.43
2-jornal operário. O internacional, 18 abr.1927








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