sábado, 9 de julho de 2011

NA ERA DO RÁDIO

NA ERA DO RÁDIO



Nos anos 30 e 40 a vida cultural do país foi intensa
No setor das artes plásticas, descaram-se pintores como Di Cavalcanti , Alfredo Volpi e Lasar Segall.
 

 




Na literatura, importantes obras foram lançadas como; Vida secas, de Graciliano Ramos, A  estrela sobe, de Marques Rebelo, Perto do Coração selvagem de Clarice Lispector, Terras do sem fim e O cavaleiro da esperança de Jorge Amado.
O rádio, paixão nacional desde as primeiras décadas do século XX, tornou-se um importante veículo de comunicação. Pelas ondas do rádio, as vozes de Orlando Silva, Francisco Alves, Vicente Celestino, Carmem Miranda   e muitos outros cantores e cantoras chegavam aos lares brasileiros; o mesmo caminho seguiam as notícias divulgadas através do Repórter Esso e do programa oficial Hora do Brasil, usado insistentemente na propaganda e veiculação das ideias e interesses do regime






O samba desceu o morro e começou a ser valorizado, graças ao rádio e aos desfiles de escolas de samba oficializados nas avenidas.

Carmem Miranda tornou-se a grande responsável pela divulgação da música brasileira nos Estados Unidos.

O compositor Ari Barroso também fez sucesso com sua Aquarela do Brasil, quando Walt Disney a escolheu para musicar o filme Saludos Amigos (Alô amigos).

esta novela ficou 3 anos no ar: Em busca da felicidade
E a Rádio Nacional descobriu um filão quando colocou no ar uma das futuras paixões nacionais, a novela Em busca da felicidade. 
O cinema, cada vez mais popular, celebrava os mitos de Hollywood. Paralelamente, a criação do Instituto Nacional do Cinema (INC) obrigou a apresentação de pelo menos um filme nacional por ano nas telas de projeção, o que contribuiu para o nascimento de companhias como Atlântica e Cinédia.
O teatro de revista com suas vedetes foi outra forma de diversão típica do período, assim como os cassinos.
Entretanto, já se ouviam rumores contra a ditadura: 'Um povo reduzido ao silêncio e privado da faculdade de pensar e opinar é um organismo corroído". (Manifesto dos Mineiros pela democratização, outubro de 1943).

A época de ouro.
A partir de 1920, firmou-se um modelo brasileiro de teatro de revista onde estavam reunidos a crítica política e social, o destaque ás mulheres bonitas e elementos da cultura nacional.
Com frequência, apareciam em cenas personagens que representavam figuras tipicamente brasileiras, como a mulata, o caipira, o sambista, o carioca, o nordestino e o gaucho. O carnaval foi um tema muito abordado. Os problemas urbanos, como o transporte, as condições de moradia e de trabalho, também eram comentados pelo teatro de revista. O país passava por um período de intensa urbanização e industrialização, que despertava na população sentimentos nacionalistas e de modernização. As revistas tratavam disso.
O teatro de revista brasileiro influenciou os usos e os costumes de diversas gerações. Ele esteve sempre vinculado à realidade social, econômica e cultural, e foi um de seus melhores retratos.

Brilharam as vedetes
No auge do teatro de revista, quando a atenção estava voltada à beleza do corpo feminino, as atrizes desse gênero de teatro, as vedetes, brilharam.
A popularidade de muitas delas ultrapassou a dos comediantes. Havia gente que frequentava o teatro só para vê-las.
Nos cartazes de propaganda, seus nomes eram destacados e autores criavam quadros especificamente para essa ou aquela vedete.
Margarida Max, Otília Amorim e Aracy Cortes, entre outras, deslumbravam as platéias com seus desempenho no palco, sua graça e beleza.


Oscarito
Apesar da popularidade das vedetes, o comediante era também indispensável para o sucesso da revista.
Muitos comediantes se destacaram pela capacidade humorística e pelo poder de criar caricaturas de figuras políticas importantes.
Getúlio Vargas possivelmente o chefe de governo mais satirizado nos palcos teatrais, principalmente antes da ditadura do Estado Novo.
Na maioria das revistas havia referência diretas ou indiretas a Getúlio ou a sua política.
Em Calma Gegê, peça de 1932, havia sátira já no próprio nome da revista, pois Gegê era o apelido popular de Getúlio Vargas. esta peça contou no elenco com a grande vedete Otília Amorim e foi a estréia de Oscarito.
Rumo ao Catet é a mais famosa revista de crítica a política brasileira. Ela foi montada em 1937 por Freire Junior, Custódio de Mesquita, Mário Lago e Luiz Iglesia e lançada pouco antes da instituição do Estado Novo.
Entre os comediantes do início do século XX estavam Mesquitinha , Silva Filho, Palitos e Pedro Dias.
Outros, célebres na época de ouro da revista e que também levaram o seu talento para o cinema e a televisão, são Oscarito e Grande Otelo.

Os anos dourados

O final dos anos 40 e os anos 50 foram precurssores das transformações de comportamento e de valores que marcaram os anos 60 no mundo inteiro.
No Brasil, os hábitos mudaram graças ao desenvolvimento das indústrias de bens de consumo duráveis, Arno, Walita, General Eletric, Goodyear, Pirelli, Dunlop, Esso, Volkswagem, Coca Cola, essas e outras marcas de produtos de origem européia ou norte-americana ajudaram a mudar os costumes dos brasileiros.
Popularizado através do crediário e da propaganda de TV, o consumo tornou-se realidade os sonhos inspirados no American way of life.
O país saia da era do rádio para se assentar à frente daquele que se transformou no mais importante meio de comunicação de massas, o televisor.
A televisão passou a exercer um enorme poder sobre as pessoas. O modo como nos comportamos, nos vestimos, nos alimentamos, nossas opiniões e nossas preferências sobre esportes, política, religião, tudo que relaciona à vida em sociedade, é influenciado  pela televisão.
A TV Tupi seduzia os espectador4es com as maravilhas modernas anunciadas por uma nova personagem, a garota-propaganda, nos interlavos comerciais de programas como "Alô Doçura". O Repórter Esso tornou-se sinônimo de informação enquanto Almoço com as Estrelas e o Céu é o Limite iluminavam os novos artistas que osfucavam os astros do rádio.
Nas telas do cinema estrelas como Marilyn Monroe, Marlon Brando e James Dean ditaram os novos modelos de comportamentos da juventude em contrapartida, as companhia de cinema brasileiras lançavam astros como Anselmo Duarte, Tonia Carrero etc.
Surgem novos gêneros musicais, de um lado o rock an roll nas vozes de Bill Halley e Elvis Presley; no Brasil: João Gilberto, Roberto Menescal, Carlinhos Lyra, Antonio Carlos Jobim, Vinicius de Morais, Johnny Alf, Silvia Teles, Nara Leão e muitos outros iniciaram uma nova etapa da música popular brasileira a Bossa Nova
Nos "anos dourados", os grandes centros urbanos sofreram transformações que jamais teriam volta. As mulheres se engajaram maciçamente no mercado de trabalho, os carros se tornaram símbolos de liberdade para os jovens e para as famílias que já podiam vencer longas distancias que separavam locais de moradia, de trabalho e de lazer.
Ao mesmo tempo os transportes coletivos se abarrotavam de pessoas que iam para o trabalho, para as escolas, fazer compras, se divertir .
Em 1965 estreou na Tv Record um programa chamado Jovem Guarda, que logo se transformou em sucesso absoluto. Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléia dominaram esse cenário do iê-iê-iê.
Esse estilo musical era voltado para jovens e estava sob forte influência de algumas bandas estrangeiras, como os Beatles e os Rolling Stones.

A música de protesto

Politicamente engajados com as propostas de esquerda, muitos cantores e compositores faziam de sua arte uma forma de protesto contra a opressão e a ditadura. A música de protesto retratava as crenças por uma sociedade mais igualitária, abordando problemas sociais, econômicos e políticos.
Os compositores engajados eram duramente perseguidos pela censura, e muitas de suas canções eram censuradas.
Geraldo Vandré compôs uma música que se tornou um hino a ditadura: Pra não dizer que não falei das flores.
Geraldo Vandré e Chico Buarque de Holanda eram os alvos preferidos da censura. Em certa época, para driblar os censores, Chico Buarque usou um pseudônimo, Julinho da Adelaide, e assim teve suas músicas liberadas. Assim mesmo, diante das pressões, ele exilou-se na Itália.

Os festivais.
A partir de meados da década de 1960, ocorreram festivais de musica  popular que mudaram o cenário musical do país. O primeiro deles foi realizado pela extinta teve Excelsior, em 1965, na qual as canções de protesto fizeram grande sucesso. A vencedora foi Arrastão de Edu Lobo, interpretada por Elis Regina.
Em 1966, a teve Record fez o se3u festival, e dois grandes nomes se consagram: Chico Buarque de Holanda, com a Banda, e Geraldo Vandre, com Disparada, defendida por Jair Rodrigues.
A mobilização política efervescia no meio artístico. Desses festivais nasceu um outro movimento que marcou a musica nacional o tropicalismo.

O tropicalismo
O tropicalismo foi um movimento artístico liderado por Caetano Veloso e Gilberto Gil que teve sua melhor expressão na música.

O grupo Oficina

Junto com a música de protesto e o tropicalismo foram feitas experiências que recusavam a forma tradicional de fazer teatro. O grupo Oficina, sob a liderança de José Celso Martinez, encenou peças como O rei da vela, Roda viva e Galileu Galilei, que buscavam possibilidades de expressão, estabelecendo por meio da provocação novas relações com o público espectador.
Em uma das apresentações de Roda viva, em julho de 1968, integrantes armados do Comando de Caça aos Comunistas (CCC) invadiram o Teatro Ruth Escobar, em São Paulo, destruíram parte dele e intimidaram os atores. Depois  desse incidente, a peça foi levada para Porto Alegre onde só ficou em cartaz por uma noite pois grupos de extrema direita prometiam repetir o que acontecera em São Paulo. A peça foi proibida pela censura no dia seguinte.

Hino a liberdade
Em 1979, a sociedade brasileira pressionava o governo militar pela anistia dos presos políticos e a consequente volta dos exilados ao país.
A anistia era temida pelos setores mais radicais da repressão que temiam o revanchismo. Assim mesmo, o clima já era menos pesado do que em anos anteriores.
Em maio de 1979, Elis Regina, uma das maiores cantoras do Brasil lançou um disco com a música o bêbado e a equilibrista, de autoria de João Bosco e Aldir Blanc. Na voz de Elis, a música, que pregava claramente a anistia e o fim da ditadura, tornou-se um hino pela liberdade e pela democracia.



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