Os vestígios mais antigos de espigas de milho cultivado foram encontrados em áreas próxima à atual Cidade do México, no México.
As primeiras espigas de milho tinham menos de 3 centímetros de comprimento e seus grãos eram tão pequenos como os do arroz. Ao amadurecer, os grãos caíam no solo e germinavam como acontece com muitas outras plantas.
Curiosidade: o milho cultivado para a produção de pipoca é uma variedade especial com espigas menores que as do milho doce.
O início do cultivo do milho
Com o tempo , as populações começaram a selecionar e cruzar plantas de milho silvestre.
Essas experiências produziram espigas bem maiores, parecidas com as que conhecemos atualmente. A passagem do milho silvestre para o cultivado começou a ocorrer por volta de 7 mil anos atrás
Do México, o milho foi levado à América Central e à do Sul e se transformou em um dos mais importantes produtos da alimentação dos povos americanos.
O milho mudou a vida dos povos americanos
Com o tempo, o cultivo do milho liberou as pessoas da tarefa diária de caçar animais para garantir o sustento das aldeias. Como o milho seco pode ser estocado por vários meses, é possível armazenar grandes quantidades do produto para abastecer os habitantes em épocas de secas ou enchentes.
Nas habitações americanas, o milho seco era armazenado em vasilhas de cerâmica. Antes de ser consumido, era socado e com ele se fabricava uma farinha usada no preparo de vários pratos, como angu, tortillas e mingaus. O milho verde podia ser consumido cozido ou assado.
Os indígenas do Brasil também cultivavam o milho. Mas ele não tinha a mesma importância que para os outros povos americanos.
Os nossos indígenas aproveitavam o milho comendo as espigas assadas ou preparando uma espécie de vinho, consumido em épocas de festas.
O milho no Brasil
"(...) O índios brasileiros podem ter aprendido a arte de cultivar o milho diretamente com seus colegas agricultores da América do Norte e da América Central, e não com a população dos Andes.
A tese é de um pesquisador da Embra (Empresa de Pesquisa Agropecuária) que analisou (...) sementes antigas e modernas de milho plantadas pelos índios das Américas. O estudo revelou que o milho plantado aqui tinha parentes próximos entre os mexicanos, mas nada do tipo dos Andes."
LOPES, reinado, José- folha de S. Paulo.
O milho conquistou o mundo
Quando os europeus chegaram à América, em 1492, o milho era cultivado tanto no norte como no sul do continente. O produto logo chamou atenção dos conquistadores, que o levaram para a Europa, junto com outros produtos americanos, como tomate e a batata.
Devido à facilidade de adaptação, a planta rapidamente se espalhou por toda a Europa, entrando nas cozinhas ricas e pobres, sendo usado no preparo de vários pratos. Na Itália o milho tornou-se a base da conhecida polenta; em Portugal e na Espanha era usado para preparar broas, caldos, farinhas e pães.
Da Europa, o milho foi levado para a África e a Ásia, onde passou a ser usado como alimento e ração animal.
Esta lenda faz parte da tradição oral dos guaranis do sul do Brasil, chegou aos dias de hoje contada por várias gerações. Só recentemente foi escrita.
" Nos campos começaram a escassear os animais. Nos rios e nas lagoas, dificilmente se via a mancha prateada de um peixe.
Nas matas já não havia frutas, nem por lá apareciam caças de grande porte: onças, capivaras, antas, veados ou tamanduás. No ar do entardecer, já não se ouvia o chamado dos macucos e dos jacus (designação a vários tipos de aves que vivem em matas primitivas do Brasil e se alimentavam de frutas e folhas) pois a fruteiras tinham secado. Os índios que ainda não plantavam roças, estavam atravessando um período de penúria.(...)
E o sofrimento foi tal que, certa vez, numa clareira (terreno desmatado) do bosque , dois índios amigos da tribo guaranis, resolveram recorrer ao poder de Nhandeyara, o grande espírito.
Eles bem sabiam que o atendimento do seu pedido estava condicionado a um sacrifício. Mas que fazer? Preferiram arcar com tremendas responsabilidades a verem a sua tribo e seus parentes morrerem de inanição(estado de fraqueza extrema causada pela falta de alimentos) à mingua de recursos.
Tomaram essa resolução e, a fim de esperar o que desejavam, se estenderam na relva esturricada. Veio a noite.Tudo caiu num pesado silêncio, pois já não havia vozes de seres vivos. De repente, a dois passos de distância, surgiu-lhe pela frente um enviado de Nhandeyara.
--Que desejais do grande espírito?
---Perguntou.
--Pedimos nova espécie de alimento para nutrir a nós mesmos e a nossas famílias, pois a caça, a pesca e as frutas parecem ter desaparecido da terra.
--Está bem -- respondeu o emissário. Nhandeyara está disposto a atender aos vosso pedido. Mas para isso, deveis lutas comigo, até que o mais fraco perca a vida.
Os dois índios aceitaram o ajuste e se atiraram ao emissário do grande espírito. Durante algum tempo só se ouviu o arquejar dos lutadores, o baque dos corpos atirados ao chão, o crepitar da areia atirada sobre as ervas próximas. Dali a pouco, o mais fraco dos dois ergueu os braços, apertou a cabeça entre as mãos e rolou na clareira....
Estava morto. O amigo, penalizado, enterrou-o nas proximidades do local.
Na primavera seguinte, como por encanto, na sepultura de Atuatv (assim se chamava o índio), brotou uma linda planta de grandes folhas verdes e douradas espigas. Em homenagem a esse índio sacrificado em benefício da tribo, os guaranis deram o nome de auaty ao milho, seu novo alimento".
Lessa, Barbosa. Estórias e Lendas do Rio Grande do Sul.
O milho, da América para o mundo
Milho: um cereal nutritivo
O milho é um cereal, isto é, um tipo de grão usado como alimento. Ele é rico em carboidrato, uma importante fonte de energia..
O milho é um dos mais produtos agrícolas mais consumidos no mundo, tanto por humanos, como por animais domésticos..
Existem cerca de 400 tipos diferentes de milho. Nutrientes e usos do milho: tintas, sorvetes, refrescos, cosméticos, remédios, farinhas, óleos, combustível (etanol).
No México antigo, as festas em homenagem à deusa do milho, começava quando o grão já estava completamente formado. Durante essa festa, as mulheres deixavam os cabelos soltos, sacudindo-os e agitando-os nas danças, ato principal da cerimônia, que tinha por objetivo que o penacho do milho crescesse com a mesma profusão e que o grão fosse igualmente grande e volumoso de modo que o povo tivesse frutos em abundância.
ORAÇÃO DO MILHO
"Senho de nada valho.
Sou a planta humilde dos quintas pequenos e das lavouras pobres
Fui o angu pesado e constantes do escravo na exaustão do eito
Sou a broa grosseira e e do triste mu de carga
O quemodesta do pequeno sitiante
Sou a farinha econômica do proletariado
Sou a polenta do imigrante e a miga dos que começam à vida em terra estranha
Alimento de porcos ea Vós Senhor,
Que fizeste necessário e humilde
Sou o milho do triste mu de carga
O que me planta não levanta comércio nem avantaja dinheiro
Sou a pobreza vegetal agradecida ".
CORALINA, Cora .Poema dos becos de Goías e estórias mais.
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