PERÍODO PRÉ-COLONIAL (1500-1530 )
CORANTE BRASILEIRO PARA TECIDOS FRANCESES
CORANTE BRASILEIRO PARA TECIDOS FRANCESES
Voce sabia que o pau-brasil começou a figurar no mercado europeu ainda no século XIII e servia como fonte de matéria prima da tinturaria. A substância vermelha que produzia, prestava-se admiravelmente para fixar o tom purpúreo das vestes nobres, a um tempo em que as classes sociais se reconheciam pelo uso privativo de trajes e até de cores.
O " Lignum brasile " tinha termos correlatos em várias línguas européias: brasil, no português, brèsil, no francês, pressilg, no alemão: chama-se sapang, no Oriente e para os nosso indígenas, ibira-pitanga, LINNEU escolheu classificá-lo " CAESALPINEA-SAPPAN". Segundo Afonso Arinos todos os termos europeus têm em si a ideia de " brasa ", enquanto que o asiático e o brasileiro se ligam à cor vermelha.
O " Lignum brasile " tinha termos correlatos em várias línguas européias: brasil, no português, brèsil, no francês, pressilg, no alemão: chama-se sapang, no Oriente e para os nosso indígenas, ibira-pitanga, LINNEU escolheu classificá-lo " CAESALPINEA-SAPPAN". Segundo Afonso Arinos todos os termos europeus têm em si a ideia de " brasa ", enquanto que o asiático e o brasileiro se ligam à cor vermelha.
os índios chamam o pau-brasil de IBIRA-PITANGA ou madeira vermelha
O " IBIRA-PITANGA " possuia muitas variedades, fato proclamado pelos diversos navegadores europeus.Os holandeses consideravam a melhor espécie de pau-de-Pernambuco, hoje inexistente
O período da História do Brasil que se estende de 1500 1530 é denominado pré-colonizador. Neste período várias expedições portuguesas aqui estiveram. Algumas tinham o objetivo de reabastecimento nas viagens para o Oriente. Outras tinham a finalidade de reconhecer o litoral, buscando riquezas que pudessem interessar ao rei e aos comerciantes em Portugal; eram chamadas EXPEDIÇÕES EXPLORADORAS.
No ano de 1501, esteve no Brasil a primeira expedição exploradora. Ela deve ter sido comandada por Gaspar de Lemos --- o piloto que levara a D. Manuel I a carta de Pero Vaz de Caminha sobre o achamento (descobrimento) do Brasil. Dela também participava o navegador florentino Américo Vespúcio, que forneceria importantes informações sobre a viagem.
O judeu Gaspar de Lemos
Américo Vespúcio navegador florentino
Após ter alcançado o litoral do atual Rio Grande do Norte, a expedição seguiu rumo ao sul, indo talvez até o Rio da Prata.
Geralmente a expedições que atingiam o litoral brasileiro seguiam sempre para o sul, e só muito raramente iam para o norte.
Os acidentes geográficos litorâneos que a expedição ia alcançando recebiam nomes relacionados aos santos e festa do dia. Assim, foram atingidos os cabos de S. Roque ( 16/08/1501 ) e de Santo Agostinho ( 28/08?1501) , os rios de S. Miguel ( 29/09/1501) e S. Francisco ( 04/10/1501), o Rio de Janeiro ( 01/01/1502), e Angra dos Reis (06/01/1502) e a ilha de S. Sebastião ( 20/01/1502).
IMPORTANTE QUE SE DIGA QUE A EXPEDIÇÃO DE 1501 SERVIU PARA CONFIRMAR A EXISTÊNCIA DE GRANDES QUANTIDADES DE PAU-BRASIL NO LITORAL.
Do pau-brasil ou ibirapitinga era extraída tinta útil para a indústria têxtil européia naquela época, aproveitando-se também a madeira para construção.
Estando mais interessados no comércio oriental, o rei português resolveu ARRENDAR (alugar) a exploração do pau-brasil a um grupo de negociantes entre os quais existiam vários cristãos-novos. Um cristão-novo era o judeu que se tinha convertido recentemente ao cristianismo, quase sempre para escapar às perseguições da SANTA INQUISIÇÃO (tribunal que julgava os atos praticados contra a religião cristã)
Santa Inquisição
NO CONTRATO FEITO ENTRE O REI E OS NEGOCIANTES QUE ERAM REPRESENTADOS PELO CRISTÃO-NOVO FERNÃO DE LORONHA OU NORONHA, FICAVA ESTABELECIDO QUE ESTES TERIAM POR ALGUM TEMPO, O MONOPÓLIO DA EXPLORAÇÃO DO PAU-BRASIL, SENDO OBRIGADOS A EXPLORAR E DEFENDER O LITORAL BRASILEIRO
A pobreza de recursos de Portugal começa a se revelar no século XVI, quase que contemporâneamente a descoberta do Brasil. A atração de capitalistas juudeus, como o cristão novo " Fernão de Loronha, para a exploração de madeira de tinturaria, era indicativo de que o Estado não dispunha de meios para a exploração, em larga escala, do pau-brasil. E depois que se configurou a ameaça de apropriação dessa fonte de matéria prima inestimável, por parte dos armadores franceses do Havre e de Dieppe, como a coroa já não dispunha dos capitais judeus, expulsos que foram os israelitas por pressão da Santa Inquisição, o Estado português convocou a pequena nobreza, os pequenos capitalistas, os homens enriquecidos na aventura das Índias, para tentar a colonização agrícola através do precário msistema das capitanias hereditárias.
Em 1503, uma outra expedição exploradora esteve no nosso litoral, enviada talvez pelos cristãos-novos. As informações que dela possuímos são bastante imprecisas. Gonçalo Coelho teria sido seu comandante. Desconhecemos seu roteiro. Parece que seus componentes ergueram duas feitorias para armazenar a MADEIRA TINTORIAL ( que servia para fazer tinta ), em Santa Cruz, na Bahia, e em Cabo Frio, no Estado do Rio de Janeiro.
Como consequência do contrato e da expedição de 1503, no ano seguinte D. Manuel I doou a Fernão de Loronha a primeira capitania hereditária brasileira: a ilha de São João ou Quaresma, atualmente Fernando de Noronha. orgulhar-se de haver dado " novos mundos ao mundo "
O capitalista judeu Fernão de Loronha não arriscaria sua forturna, aceitando a contratação do produto com a Coroa, por mais de um decenio, não fora atividade altamente lucrativa.
Talvez por ser tão lucrativa é que o Santo Ofício
( que sempre teve olhos avidos na acumulação de riquezas dos israelitas), obteve dos Braganças a expulsão dos " cristão novos ", o que fo instigado pelos nacionais sequeciosos também de participarem da exploração rendosa do pau-de-tinta.
( que sempre teve olhos avidos na acumulação de riquezas dos israelitas), obteve dos Braganças a expulsão dos " cristão novos ", o que fo instigado pelos nacionais sequeciosos também de participarem da exploração rendosa do pau-de-tinta.
O processo colonial brasileiro se realizou dentro do processo de formação do capitalismo europeu. Portugal nação peninsular euro-ocidental, pode orgulhar-se de haver com as grandes navegações unificar Ásia e África e incidentemente o Brasil `economia mundial
Mas a nação lusa não podia desenvolver tudo quanto captou ou viu nessas viagens -África, Índias, Oriente , Polinésia, Brasil, porque sua capacidade de formar capitais era limitada, merc~e de sua agricultura atrasada, rotineira e de uma economia frágial e pouco desenvolvida.
Portugal teve assim de se associar ao banqueirismo internacional, de buscar recursos financeiros nas grandes casas judaico-européias; ora em Veneza, ora em Amesterdã, ora em Londres, e tudo para levar avante sua emprêsa colonial, principlamente no Brasil.
Joguete das grandes potências do tempo - Grã-Bretanha, Holanda, Espanha e França..
Para não sucumbir diante da Espanha, Portugal consentiu em ser colônia econômica da Inglaterra, converteu-se em simples feitoria dos inglêses.
Onde está o testamento de Adão?
Saim da Colônia cem naus carregadas todos os anos, e o rendimento da Coroa era de gordos lucros.
Os franceses no litoral brasileiro
O reduzido número de feitorias
( As feitorias serviam para guardar a madeira cortada até que as naus chegassem de Portugal, enviadas ou comandadas pelos " brasileiros ". Naquela época, brasileiro era o nome que se dava aos indivíduos que comerciavam o pau-brasil )
, portuguesas aqui existentes facilitava essas incursões, sobretudo dos franceses. Estes eram estimulados pelo rei Francico I que não reconhecia a divisão do mundo entre Portugal e Espanha, realizado pelo Tratado de Tordesilhas.
( As feitorias serviam para guardar a madeira cortada até que as naus chegassem de Portugal, enviadas ou comandadas pelos " brasileiros ". Naquela época, brasileiro era o nome que se dava aos indivíduos que comerciavam o pau-brasil )
, portuguesas aqui existentes facilitava essas incursões, sobretudo dos franceses. Estes eram estimulados pelo rei Francico I que não reconhecia a divisão do mundo entre Portugal e Espanha, realizado pelo Tratado de Tordesilhas.
Tão frequentes se tornaram as expedições francesas, que os próprios nativos aprenderam a distinguí-las das portuguêsas
A presença do concorrente francês, no Brasil até meados do século XVI era tão constante, que Capistrano de Abreu afirmou " Durante anos ficou indeciso se o Brasil ficaria pertencendo aos Peró (portugueses) ou aos Mair ( franceses).
Aos traficantes franceses os índios passaram a chamar de " mair " ( transformadores ) ou " ayurujuba" ( papagaio amarelo ), enquanto aos portugueses denominavam " peró " ( tubarões ou os que vêm pelo mar ).
Diante de tantas incursões francesas no litoral brasileiro, os reis portuguêses protestaram, através de seus diplomatas, junto aos demais soberanos europeus, dizendo que a terra pertencia a Portugal.
Aos traficantes franceses os índios passaram a chamar de " mair " ( transformadores ) ou " ayurujuba" ( papagaio amarelo ), enquanto aos portugueses denominavam " peró " ( tubarões ou os que vêm pelo mar ).
Diante de tantas incursões francesas no litoral brasileiro, os reis portuguêses protestaram, através de seus diplomatas, junto aos demais soberanos europeus, dizendo que a terra pertencia a Portugal.
respondeu a um dos protestos portuguêses,
dizendo:
que não conhecia a cláusula
( parte ) do Testamento
de Adão,
( parte ) do Testamento
de Adão,
dividindo
o
mundo
entre
Portugal e Espanha
O pau-brasil trouxe como consequência direta e primeira a escravização indígena, o trabalho forçado .
Escravizava-se não só para trabalhar na derrubada das matas, construção de fortins, trapiches e reparação de naus, como ainda para exportar.
Vendiam-se papagaios, animais bravios e indígenas como "souvenirs" a europeus ricos. Eram mercadorias disputadas na Europa inteira. Lisboa tornou-se um grande mercado de escravos, onde como na Roma antiga, se encontravam pessoas de todas as partes do mundo para serem leiloadas ao correr do martelo. Com uma única diferença: no mercado de Roma se vendiam escravos lusitanos e brancos no de Lisboa só os de côr.
Viam-se indígenas brasileiros nas grandes cidades européias, definhando por força da saudade das matas atlânticas, alguns empregados em serviços domésticos, servindo de repastos sexual para uma sociedade corrompida, efiminizando-se no contato com aristocracia decadentes. Eram objetovp de curiosidade principalmente por causa de sua nudês e feições atléticas
Por esse mundo afora
Nos trinta anos iniciais do século XVI, enquanto na América Portuguêsa se dava a pré-colonização, na América Espanhola já fora conquista o México, mas ainda não se completara a conquista do Peru.
Na mesma época, a Europa Ocidental vivia o Humanismo e o Renascimento. A Igreja cristã ocidental, ameaçadas por lutas internas, acabou por dividir em Atólica Apostólica Romana e Protestante.
Ao mesmo tempo, reis e mercadores-banqueiros lançavam seus olhares cobiçosos para as riquezas das Américas, da Ásia e da África.
JEAN DE LÉRY (1534-1611) esteve no Brasil na época em que os franceses fuindaram a França Antártica ( na Bía de Guanabara ). Em seu livro Viagem à Terra do Brasil, descreve esta cena:
"...Os nossos tupinambá muito se admiram dos francesese outros estrangeiros se darem ao trabalho de ir buscar o seu arabutan (pau-brasil). Uma vez um velho perguntou-me:
---Por que vindes vós outros, mairs e perós ( franceses e portuguêses) buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Nãpo tendes madeira em vossa terra?
Respondi que tinhamos muita, mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como êle o supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam êles com os seus cordões de algodão e suas plumas.
Rtrucou o velho imediatamente:
---E por ventura precisais de muito?
---Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só dêles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados.
---Ah! retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que eu lhe dissera:
---Mas êsse homem tão rico de que me falas não morre?
---Sim, disse eu, morre como os outros.
Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim, por isso perguntou-me de novo:
---E quando morrem, para quem fica o que deixam?
---Para seus filhos se os têm, respondi; na falta destes para os irmãos ou parantes mais próximos.
---Na verdade continuou o velho, que, como vereis, não era nenhum tolo, agora vejo que vós outros mairs sois grande loucos, pois atravessais o mar e sofreis grande incômodos, como dizeis quando aqui cehgais, e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos, ou para aqueles que vos sobrevivem. Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que, depois da nossa morte, a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados".
Portanto diante deste trecho, concluímos
a)onde moravam os tupinambá;
b)como os europeus utilizavam o pau-brasil;
c)como se vestiam os europeus e os indígenas;
d)o tipo de troca estabelecido entre europeus e indígenas; o escambo;
e)que os índios não se interessavam em acumular riqueza;
f)que a economia dos europeus era cumulativa
Rtrucou o velho imediatamente:
---E por ventura precisais de muito?
---Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só dêles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados.
---Ah! retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que eu lhe dissera:
---Mas êsse homem tão rico de que me falas não morre?
---Sim, disse eu, morre como os outros.
Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim, por isso perguntou-me de novo:
---E quando morrem, para quem fica o que deixam?
---Para seus filhos se os têm, respondi; na falta destes para os irmãos ou parantes mais próximos.
---Na verdade continuou o velho, que, como vereis, não era nenhum tolo, agora vejo que vós outros mairs sois grande loucos, pois atravessais o mar e sofreis grande incômodos, como dizeis quando aqui cehgais, e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos, ou para aqueles que vos sobrevivem. Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que, depois da nossa morte, a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados".
Portanto diante deste trecho, concluímos
a)onde moravam os tupinambá;
b)como os europeus utilizavam o pau-brasil;
c)como se vestiam os europeus e os indígenas;
d)o tipo de troca estabelecido entre europeus e indígenas; o escambo;
e)que os índios não se interessavam em acumular riqueza;
f)que a economia dos europeus era cumulativa
Finalizando sabemos que se tirava da madeira pau-brasil uma substância colorante, empregada na tinturaria, como também se extraía o carmim dum insento chamado cochonilha
Com os progressos da química, porém, a indústria descobriu meiros de tirar do carvão de pedra as anilinas, isto é, as mães de todas as côres possíveis e imagináveis.
E como isto ficasse mais barato, desapareceu a índustria do pau-brasil da cochonilha, da garança
, do anil
e de quanto vegetal era cultivado com fins de tintura
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